Trabalhadores ocupam área da Alcoa no Pará

Uma série de impactos sociais e ambientais na região de instalação da mineradora americana Alcoa, no município de Juruti, oeste do Pará, motivou a ocupação da área da empresa por 1.500 trabalhadores rurais na última quarta-feira (28/01).

Os trabalhadores afetados pela exploração da bauxita – matéria prima para a produção do alumínio – denunciam os danos aos recursos hídricos, redução do pescado, impedimento do direito de ir e vir dos ribeirinhos, diminuição da coleta da castanha do Brasil, andiroba e outras fontes de proteínas e recursos da fauna usados para fins medicinais.

O projeto representa também um risco de morte aos trabalhadores, por conta da construção ferrovia que escoará o minério. Eles explicam que não há túneis ou desvios nos trechos que cortam os projetos de assentamento impactados pela obra.

Durante a ocupação, a tropa de choque da Polícia Militar foi acionada. Os policiais usaram gás de pimenta e bombas de gás contra os manifestantes. Crianças e mulheres que passavam foram atingidas.

Apesar da truculência da polícia os trabalhadores permanecem em frente à base com acampamento montado e só sairão do local com a vinda do presidente da Alcoa na América Latina, Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), Casa Civil do Governo Estadual, Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente), Iterpa (Instituto de Terras do Pará), Ministério Publico Federal e Estadual e Governo Municipal.

Os trabalhadores creditam a situação ao descaso das autoridades dos governos federal e estadual, que segundo eles não se importaram com as comunidades existentes na região, aprovando um projeto que esta destruindo as matas e privando a locomoção e a garantia de sobrevivência dos habitantes da região.