MST é homenageado na Câmara de Salvador

Paulo A. Magalhães Fº

“O MST é um patrimônio da classe trabalhadora. Nossa militância continua firme, independente dos ataques, e com certeza seremos parte da construção de um caminho brasileiro para o Socialismo”!

Estas palavras firmes, pronunciadas por Lúcia Barbosa, representante baiana da Direção Nacional do MST, foram saudadas com fervor pelas centenas de mulheres e homens presentes na Sessão Especial da Câmara Municipal de Salvador, realizada no dia 10 de março em homenagem aos 15 anos do Movimento.

Iniciativa da vereadora e Presidente Municipal do PT, Vânia Galvão, a mesa de abertura da Sessão contou ainda com a participação do militante do MST e Secretário Estadual de Combate à Pobreza, Valmir Assunção; do Superintendente do Incra, Luiz Gugé; do Presidente Estadual do PT, Jonas Paulo; do Secretário de Formação da CUT, Manoel Messias; do sindicalista e vereador Moisés Rocha e da representante da Cese – Coordenadoria Ecumênica de Serviço, Eliana Rolembergue.

A Sessão Especial foi aberta com uma mística retratando toda a história da luta pela terra no Brasil, de Canudos e Contestado, passando pelo Quilombo dos Palmares, Ligas Camponesas, Sindicatos Rurais, CEBs, CPT, CUT…

Lutas que propiciaram o posterior surgimento e organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O público foi composto em sua maioria de participantes do 9º Acampamento de Mulheres Trabalhadores Rurais, que reuniu cerca de 700 mulheres do MST e da CETA entre os dias 8 e 12 de março em Salvador.

Apoio

Após a mística de abertura, todos os participantes reafirmaram seu apoio ao movimento, em sua luta pela reforma agrária e por melhores condições de vida para o povo brasileiro. “Esta é uma homenagem de quem tem lado e faz parte da luta. O Presidente do STF veio dizer que o governo não deveria liberar dinheiro pro MST porque houve conflito em Pernambuco, mas sendo assim, não poderiam liberar mais um centavo para os latifundiários de todo o Brasil, já que massacres como os de Corumbiara e Eldorado dos Carajás continuam impunes” protestou Valmir Assunção.

Em sua intervenção, pontuou ainda a necessidade de uma profunda mudança na estrutura agrária e a vocação do MST para a produção de alimentos para o povo brasileiro.

Vânia lembrou a importância e a dificuldade da luta das mulheres do campo, e como estas foram essenciais para a construção dos movimentos sociais brasileiros. Moisés lembrou que os movimentos negro, sindical e quilombola também foram e são alvos de contantes ataques, que terminam por fortalecer a resistência da militância.

Messias lembrou dos primórdios do movimento na Bahia, que se construiu em parceria com o sindicalismo rural na década de 80, enquanto Gugé e Eliana reafirmaram a necessidade de organização popular para o avanço das conquistas sociais. Afirmando ser este um momento favorável para o avanço das lutas, Jonas Paulo definiu o MST como “herdeiro das melhores tradições de luta do povo brasileiro”.

“Estamos vivendo um momento muito delicado, de acirramento da luta e criminalização dos pobres, e não vemos autoridades virem a público questionar a lentidão nas desapropriações e a impunidade dos massacres contra o povo”, protestou Lucinha.

No final da atividade, aconteceu uma homenagem ao militante e deputado federal Adão Pretto.