Resposta do MST à Folha de Pernambuco

RESPOSTA DO MST À MATÉRIA PUBLICADA NA FOLHA DE PERNAMBUCO, DE 13 DE MARÇO DE 2008, ENTITULADA “O MST ACABOU COM A GENTE”

A Direção Estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de Pernambuco gostaria de esclarecer algumas questões em relação à matéria “O MST acabou com a gente”, publicada na edição de 13 de março de 2009.

1. em primeiro lugar, o jornalista Robson André afirma que “A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato por telefone com algumas lideranças do MST no Estado, porém, não obteve sucesso”. Nenhum dirigente do MST foi procurado pelo jornalista. Como todos os veículos de comunicação interessados em cobrir o caso podem comprovar, os dirigentes do MST têm estado à disposição de todos os jornalistas que nos procuraram para responder a qualquer questão relativa ao caso. A Folha de Pernambuco não ouviu o MST porque não teve interesse em fazê-lo.

2. Os proprietários não retornam a fazenda Jabuticaba não por serem ameaçados pelo MST, o que é uma inverdade, mas porque eles próprios assinaram um acordo durante Audiência com o Ouvidor Agrário Nacional, Desembargador Gercino Silva, no dia 03 de março, de que nem os camponeses Sem Terra nem os proprietários voltariam à área enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não terminasse a medição da fazenda. Alias, a medição está sendo acompanhada, também conforme acordo firmado naquela audiência, por representantes do MST e dos proprietários, e está sendo realizada sem nenhum problema. (abaixo seguem dois trechos da ata da audiência enviada pela Ouvidoria Agrária Nacional, referentes à afirmações acima).

3. Os proprietários não possuem nenhuma produção na área, o que foi comprovada na visita da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, realizada na fazenda Jabuticaba no dia 04 de março. A única produção existente na fazenda são as lavouras das famílias que estavam acampadas na área. Essas sim, estão sendo prejudicadas por estarem cumprindo o acordo de não retornarem à área até que a medição seja encerrada.

4. Na matéria os “proprietários” afirmam que os seguranças da Fazenda Jabuticaba “trabalhavam desarmados”. No próprio dia do conflito o MST divulgou amplamente fotos datadas comprovando que os seguranças estavam fortemente armados e inclusive apontando as armas para os
acampados. Essas fotos constam do inquérito policial e continuam à disposição da imprensa interessada.

O MST mostra profunda preocupação como seu Severino, pai da acampada que fotografou os pistoleiros, foi arbitrariamente preso e obrigado sob pressão, a prestar depoimento sem a presença de um advogado. Vale frisar que seu Severino não estava foragido, estava em sua casa trabalhando com a família, e os policiais o levaram sem mandato de prisão e fora do flagrante.

5. Por último gostaríamos de assinalar que o documento apresentado na reportagem diz respeito à uma parte da fazenda Jabuticaba doada à Diocese de Caruaru, e não à parte da fazenda pertencente aos dois proprietários entrevistados. O Bispo que reponde por essa parte já fazenda já está em negociação com o Incra e com o MST.

Direção Estadual do MST-PE