Ato lança Marcha Pela Democracia no Maranhão

Ao som do tambor de crioulo do quilombo de Santa Rosa, militantes sociais que defendem a democracia lotaram a praça central de Itapecuru Mirim, para o lançamento da Marcha Estadual Pela Democracia no Maranhão.

Os caminhantes partiram da cidade onde há 167 anos a monarquia enforcava Negro Cosme, uma das maiores lideranças da Guerra Balaiada, realizada no período regencial. Cosme chegou a liderar uma coluna com três mil quilombolas e é posicionado como ladrão pelo grupo Sarney. Nesta terça-feira (24/3), foram os 1.500 sem terra, sem teto, quilombolas, indígenas, quebradeiras de cocos, os diversos representantes que deram início a uma Marcha que durante sete dias percorrerá 120 quilômetros até a capital São Luís.

“A Marcha denunciará diretamente ao povo o golpe que está em curso no Maranhão”, relata Emilio Azevedo, integrante do Movimento Balaiada. Para Elias Araújo, membro da direção nacional do MST, o que está em jogo não é um pedaço de terra, “é a vida de um povo voltando às mãos de uma oligarquia que durante quarenta anos humilhou os maranhenses”.

Os marchantes comunicam à população que o governo eleito pelo voto popular deve continuar. Eles garantem lutar até as últimas conseqüências para impedir o retorno dos Sarneys. “Não é uma questão de defender o mandato de Jackson Lago, é defender o voto, a decisão do povo que já disse nas urnas que não quer Sarney”, explica Carlito Reis, integrante da União de Luta por Moradia
Durante todo o percurso serão realizados debates e atos políticos. No dia 31/3, a Marcha se juntará ao Ato Nacional pela Democracia no Maranhão, que relembrará os anos de ditadura que viveu o Brasil e a relação desse período com a projeção nacional da família Sarney.