Ato Nacional pela Democracia no Maranhão reúne 20 mil

Depois de diversos protestos por São Luís, a Marcha do movimento Balaiada terminou com um grande ato contra o golpe de Sarney no Maranhão.

Nem mesmo o dia chuvoso impediu que cerca de duas mil pessoas saíssem às ruas de São Luís, nesta terça-feira (31/3), em protesto contra a cassação do Governador Jackson Lago. Eram camponeses, sem teto, sem terra, estudantes e partidos políticos de esquerda que por onde passavam realizavam uma grande agitação denunciando a situação política que vive o Maranhão.

No final da manhã, a manifestação se concentrou na frente do Convento das Mercês, um patrimônio da humanidade que hoje é o Museu da República e que Sarney definiu com seu, inclusive preparou lá sua tumba para ser sepultado como um faraó.

No início da tarde, a marcha chegou ao Palácio dos Leões, sede oficial do Governo do Estado. Depois, a marcha se dirigiu para o centro da cidade. Por onde passava arrastava multidões.

Já era inicio da noite quando lotada a Praça Deodoro recebeu a marcha, que percorreu durante sete dias 120 km. Segundo a Policia Militar estiveram presentes 20 mil pessoas, num dos maiores atos políticos já realizado no Maranhão.

Durante o ato, o governador Jackson Lago declarou que vai aguardar com serenidade a decisão final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação ao processo que determinou a cassação de seu mandato. Mas alertou: “se a Justiça não for justa”, irá para as ruas com o povo.

No uso da palavra, João Pedro Stedile lembrou o momento de lutas que vive o Brasil e disse que “o exemplo maior de resistência popular está no Maranhão”. Ressaltou ainda “que é preciso acumular forças para derrotar cada oligarquia ainda existente no País”, e que “não devemos nos iludir com o tapetão do TSE porque lá eles mandão, lugar do povo lutar é nas ruas”.

Além de representações políticas do estado, estiveram presentes a vereadora amapaense Cristina Almeida, que manifestou solidariedade ao povo maranhense, usando a palavra em nome do ex-senador João Capiberibe e da deputada federal Janete Capiberibe do Amapá. Ela lembrou que estes são perseguidos também por Sarney.
Por fim, o ato rememorou o Golpe Militar ocorrido há 45 anos, “este golpe deu vida política ao Sarney”, relatou Junior Figueiras , manifestante da caravana do Município de Divinópolis (700 km da capital).

A última a fazer uso da palavra foi Beth Carvalho, que cantou o Hino Nacional Brasileiro e em seguida fez um apelo à Justiça brasileira para que respeite a vontade soberana do povo do Maranhão.