Ex-ministro é flagrado escravizando trabalhadores

Após uma fiscalização realizada em abril, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e promotores do Ministério Público, com o apoio da Polícia Federal, autuaram o Grupo Cabrera por manter 184 trabalhadores em situação análoga à de escravidão, em uma usina de cana-de-açúcar do município de Limeira do Oeste, em Minas Gerais.

A propriedade é de Antonio Cabrera, ex-ministro da Agricultura do Governo Collor (1990 – 1992) e ex-secretário da Agricultura de São Paulo durante o Governo de Mário Covas (1995 – 2001)

O MTE constatou que a jornada dos trabalhadores era excessiva, os equipamentos de proteção inadequados e os alojamentos, irregulares.

Segundo o procurador do Trabalho Eliaquim Queiroz, operadores do plantio mecanizado, técnicos agrícolas e auxiliares chegavam a trabalhar quase 18 horas por dia em finais de semana, incluído o tempo gasto no transporte.

Cabrera fez constar em ata sua “sua discordância quanto à existência de condições de trabalho degradantes ou análogas”.

O que não o impediu de firmar um acordo judicial pelo qual se comprometeu a pagar entre R$ 500 e R$ 1.800 de indenização a cada trabalhador, por danos morais; além de R$ 120 mil por danos morais coletivos.