Sem Terra encerram jejum e conseguem reverter despejo no Rio Grande do Sul

Da Agência Chasque de Notícias

Trabalhadores Sem Terra encerraram nesta terça-feira (12/5) o jejum realizado há uma semana em Porto Alegre e em Canoas (RS). O protesto visava pressionar o Ministério Público Federal (MPF) para que revertesse a decisão de despejar as 208 famílias que vivem no acampamento Jair Antônio da Costa, em Nova Santa Rita, na região metropolitana.

Os Sem Terra decidiram terminar o protesto depois da audiência de conciliação realizada na tarde de terça na Justiça Federal de Canoas. Ficou acordado que as famílias do acampamento poderão permanecer na área cedida pelo assentamento até o final do ano, prazo dado para que sejam assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Também foi decidido que as 50 famílias acampadas na fazenda Granja Nenê se mudem para o acampamento Jair, onde ficarão até também serem assentadas.

Para a acampada e integrante do MST, Luciana da Rosa, o acordo foi uma vitória das famílias Sem Terra. “A vitória foi fruto da disposição das famílias em lutarem por esse espaço aqui que é um território de assentamento, é um território nosso. Não tem porque sermos despejados dessa forma. Ao mesmo tempo que ganhamos por ficar aqui e pelo assentamento das famílias”, argumenta.

O MST realizou outros quatro jejuns no interior do Estado para pressionar o Ministério Público. Nesta terça-feira, os Sem Terra bloquearam estradas federais em quatro cidades gaúchas a fim de reverter o despejo.

O Ministério Público Federal alegava que o acampamento Jair Antônio da Costa ocupava uma área de preservação ambiental do assentamento, o que é ilegal e por isso deveria deixar a área. No entanto, as famílias acampadas questionaram a decisão e prometiam resistir ao despejo.