MST segue realizando mutirão de debates com a população paranaense

Cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras do MST, junto com a Via Campesina e a Assembléia Popular, seguem em Mutirão pela Reforma Agrária e Contra a Crise, realizando debates com a população no interior do Paraná, sobre a crise econômica e um Projeto Popular para o Brasil.

Com o lema Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise! e organizados em duas colunas, cadauma com 200 pessoas, os Sem Terra atravessam o estado, exigindo a realização da Reforma Agrária, como uma alternativa à crise.

A coluna do Norte do estado, que saiu do município de Florestópolis, na última segunda-feira (18/5), chegou na quinta-feira (21/5) pela manhã em Cambé. Às 15h participaram de debate na Câmara de Vereadores da cidade e, em seguida, fizeram um mutirão de entrega de panfletos nos bairros. Nesta sexta-feira (22/5), os marchantes chegam a Rolândia e amanhã seguem para Arapongas. No domingo (24/5), os marchantes chegam à cidade de Maringá.

Já a coluna do Oeste, que iniciou a caminhada em Foz do Iguaçu no dia 19/5, passou por Medianeira, onde realizou ato em frente ao sindicato dos comerciários e debates em escolas, e chegou quinta-feira (21/5), em Matelândia, onde fez uma marcha e panfletagem no centro da cidade, seguindo para Cascavel à tarde, onde participaram de debates na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e em escolas da cidade. Pernoitaram em Ibema, onde nesta sexta-feira (22/5) realizam panfletagem e debates em escolas da cidade. E amanhã seguem para Nova Laranjeiras permanecendo na região até domingo.

Mário Debona, da equipe de coordenação da coluna do Oeste, conta que a receptividade nas cidades tem sido boa e o debate em torno da crise vem despertado a participação e o interesse da população. Até o momento, o maior público atingido é de estudantes, em escolas e universidade por
onde a caminhada tem passado, proporcionando vários debates sobre o assunto e gerando uma boa aceitação em relação ao mutirão.

Até o momento, os marchantes do Norte passaram pelas cidades de Florestópolis, Porecatu, Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso, Londrina e Cambé. Enquanto a coluna do Oeste passou por Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Matelândia e Cascavel. A caminhada segue em
direção à capital paranaense, com chegada prevista em Curitiba para o dia 4 de junho.

Contexto

Ao longo dos anos os trabalhadores vêm produzindo riquezas, que são apropriadas pelos donos de terras, empresas, fábricas e bancos. No entanto, este sistema, sustentado pela exploração dos trabalhadores e destruição dos recursos naturais, entra novamente em colapso. E neste momento, os movimentos sociais, sindicatos e entidades de defesa dos trabalhadores, denunciam que, mais uma vez, os patrões e governos querem fazer com que os trabalhadores paguem a conta, realizando demissões em massa, cortando direitos trabalhistas e sociais, para manter suas altas taxas de lucro.

Segundo Izabel Grein, da coordenação nacional o MST, na luta contra essa exploração, o MST, a Via Campesina e a Assembléia Popular realizam um mutirão de debate para a construção de um Projeto Popular que contemple a bandeira de todos os trabalhadores brasileiros.

Os movimentos cobram agilidade no processo de Reforma Agrária, como uma saída para os trabalhadores neste momento de crise, e denunciam o desemprego causado pelo agronegócio.

Atualmente, há cerca de 100 mil famílias acampadas em todo país. Somente no Paraná são aproximadamente 7 mil famílias, vivendo sob barracas de lona, em latifúndios improdutivos e beiras de estradas.