Luta garante vitórias em Paracambi, no Rio de Janeiro

Mais de 150 famílias organizadas pelo MST ocuparam na madrugada do dia 16/8 o latifúndio Rio Novo, em Paracambi, com mais de 696,6 hectares, equivalente a cerca de 700 campos de futebol com dimensões oficiais. Essa Fazenda foi vistoriada pelo Incra em 2007 e considerada improdutiva. A constituição federal determina que todo latifúndio que não cumpre a função social, entre elas produzir, deve ser desapropriado para fins de reforma agrária.

Mais de 150 famílias organizadas pelo MST ocuparam na madrugada do dia 16/8 o latifúndio Rio Novo, em Paracambi, com mais de 696,6 hectares, equivalente a cerca de 700 campos de futebol com dimensões oficiais. Essa Fazenda foi vistoriada pelo Incra em 2007 e considerada improdutiva. A constituição federal determina que todo latifúndio que não cumpre a função social, entre elas produzir, deve ser desapropriado para fins de reforma agrária.

Os dias 16 e 17/8 foram marcados por forte tensão. O proprietário da fazenda junto com policiais e milicianos intimidava permanentemente as famílias acampadas. Ainda na segunda feira os fazendeiros conseguiram na justiça uma liminar determinando a reintegração de posse da área ocupada.

Luta, resistência, articulação política e solidariedade a marca do terceiro dia da ocupação

No dia 18/8, como parte do processo de resistência, o acampamento recebeu visitas da Deputada Estadual Inês Pandeló (PT), que intermediou contato com a Prefeitura e se comprometeu em conjunto com a Bancada em intermediar junto à Casa Civil no sentido de agilizar o Processo. Da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, presidida pelo Deputado Marcelo Freixo (PSOL), que se comprometeu em manter contato com o Comandante visando garantir todos os direitos das famílias no cumprimento da ordem judicial; do Padre Geraldo da CPT, da Pastora Nancy e Pastor Marcos da Igreja Metodista de Volta Redonda, que levaram a mística e solidariedade à luta dos trabalhadores, da FEAB – Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil e do Pró-reitor de Extensão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, conhecido como Chic ão que falou da importância dos alunos estarem participando da luta, porque a Universidade tem muito que aprender com os trabalhadores e da ouvidoria agrária do Incra, que não entrou na fazenda, mas ouviu os trabalhadores rurais na porteira e tomou conhecimento dos andamentos da resistência e informou que a área é realmente improdutiva e que o Incra vai desapropriá-la.

A tarde o oficial de Justiça comunicou oficialmente as famílias da decisão da juíza Luciana Fiala de Siqueira que determinou o despejo e disse que estava tomando as providências para executá-lo.

Ainda no dia 18, no final da tarde a Rede de Advogado do Movimento, que formam o coletivo Marianna Crioula, conseguiram junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro a suspensão da Liminar. O Tribunal entendeu que em vistas do interesse do Governo Federal pela área, não compete a Justiça Estadual o julgamento da questão.

A situação no acampamento é de menos tensão e os trabalhadores erguem suas barracas junto com o sonho de ver aquela terra produzindo alimentos para toda a sociedade.