Mais um ataque de pistoleiros a acampamento do MST em PE

Na tarde do último domingo (6/9) um grupo de jagunços armados, tendo a frente o Sargento da Polícia Militar de Pernambuco, Apolônio Siqueira, e seu filho Darci Alves Siqueira, cometeu mais um ato de violência contra as famílias acampadas na fazenda Juá, no município de Sertânia, no Sertão de Pernambuco.

Na tarde do último domingo (6/9) um grupo de jagunços armados, tendo a frente o Sargento da Polícia Militar de Pernambuco, Apolônio Siqueira, e seu filho Darci Alves Siqueira, cometeu mais um ato de violência contra as famílias acampadas na fazenda Juá, no município de Sertânia, no Sertão de Pernambuco.

Os capangas agrediram fisicamente os trabalhadores rurais. Dois Sem Terra estão hospitalizados: Rogério Leite da Silva, que foi atingido com cortes de facão, e Ezequiel, que teve a clavícula quebrada. Uma espingarda calibre 12 e um revólver 38 foram deixados no acampamento pelos pistoleiros e entregues na manhã de hoje (8/9) para a Polícia Militar de Sertânia.

Histórico de violência

Há anos os trabalhadores rurais acampados na fazenda Juá sofrem com perseguições e violência por parte de capangas e pistoleiros contratados pelo “proprietário” da fazenda. O MST e a organização não-governamental Terra de Direitos já encaminharam uma série de denuncias ao Ministério Público de Pernambuco sobre a situação de vulnerabilidade dos ex-funcionários da fazenda Juá, que reivindicam a posse das terras improdutivas da propriedade. Dentre as denuncias estão ações de despejos arbitrários e violentos, prisões arbitrárias, cárcere privado, procedimentos judiciais viciados e a presença constante de milícias privadas intimidando e ameaçando as famílias do acampamento.

As fazendas Juá e sua vizinha, Laranjeiras, já foram vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e classificadas como improdutivas, portanto passivas de desapropriação para Reforma Agrária. No entanto, parte das terras está dentro da reserva ambiental do Vale do Catimbau. O Incra já oficializou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) uma proposta que viabiliza a desapropriação das terras que estão fora dos limites da área da reserva. Mas mesmo depois de três anos o IBAMA ainda não se manifestou.

O MST espera que o Governo Estadual tome as devidas providencias com relação a esse último ataque ao acampamento, pois mais uma vez policiais são denunciados de pertenceram a grupos armados ilegais que realizam trabalho para fazendeiros.