Anvisa recomenda proibição do uso de agrotóxico presente em vários cultivos
Do Correio Braziliense
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou na última sexta-feira (4/9) a proibição do uso de dois ingredientes ativos de agrotóxicos – o endossulfam e o acetato – utilizados na aplicação de diversos cultivos, entre eles o de algodão, cacau, café, cana-de-açúcar, soja, batata, brócolis, couve-flor, cravo, feijão e tomate.
O órgão prevê ainda a suspensão da importação e do registro de novos agrotóxicos à base dessas substâncias. A decisão da Anvisa se pauta em estudos que apontam graves danos à saúde relacionados ao uso desses produtos. A utilização dessas substâncias já foi banida (1)em diversos países. Entre os problemas de saúde listados pela Anvisa estão danos ao tecido nervoso, à fertilidade, ao sistema digestivo, e câncer.
Problema antigo
Em abril, a Anvisa alertou para o alto teor de agrotóxico em diversos produtos. O pimentão foi o campeão, pois apresentou índice superior de resíduos de agrotóxicos em 64% das amostras coletadas. O morango, a uva e a cenoura também apresentaram problemas em 30% do total avaliado. No balanço geral, foram 1.773 amostras de 17 alimentos monitorados. Entre eles, alface, batata, morango, tomate, maçã, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva tiveram resultados considerados insatisfatórios.
A Anvisa orienta os consumidores a procurarem por produtos com origem identificada. Isso significa que há compromisso dos produtores de certificação da qualidade. Outra dica é a escolha de produtos da época para o consumo ou por aqueles desenvolvidos por métodos de produção integrada, que contêm menor teor de resíduos químicos, além da opção pelos alimentos orgânicos. A lavagem e retirada adequada de cascas e folhas, segundo o órgão, também contribuem para reduzir os agrotóxicos presentes na superfície dos alimentos.
Sem tolerância
O endossulfam e o acetato estão banidos da Comunidade Europeia, da Argentina, da Nigéria, de Senegal, da Mauritânia, de Mali, Gâmbia e Cabo Verde. Na Índia, o uso é proibido, mas o país permite a produção do agrotóxico.
