Marcha Estadual por Reforma Agrária e Soberania Popular chega a Maceió

Depois de caminharem desde o dia 30/9 em direção à capital, os marchantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegaram na manhã de hoje (21/10) a Maceió para cobrar do governo do estado e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) as demandas de desapropriação e estruturação de assentamentos de todas as regiões do Estado. A Marcha Estadual por Reforma Agrária e Soberania Popular foi recebida na entrada da cidade por diversas entidades da luta popular, entre movimento sindical, pastoral, estudantil e outros.

Depois de caminharem desde o dia 30/9 em direção à capital, os marchantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegaram na manhã de hoje (21/10) a Maceió para cobrar do governo do estado e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) as demandas de desapropriação e estruturação de assentamentos de todas as regiões do Estado. A Marcha Estadual por Reforma Agrária e Soberania Popular foi recebida na entrada da cidade por diversas entidades da luta popular, entre movimento sindical, pastoral, estudantil e outros. Junto ao MST, CUT, Sinteal, MSCC e Pastorais Sociais deram o tom de enfrentamento a essa chegada, deixando claro que os detentores de mandatos eletivos no estado de Alagoas não deliberam sobre as necessidades do povo alagoano.

Uma pauta de reivindicações foi protocolada junto ao governo e ao Incra, apresentando, entre outros pontos, a vistoria e consequente desapropriação de áreas onde hoje existem acampamentos do MST, como as terras do falido banco estadual, Produban, destinadas ao pagamento de dívidas, mas que até hoje são utilizadas pelo agronegócio da cana-de-açúcar no Estado. Ainda na pauta de reivindicações, os trabalhadores Sem Terra demandam a infra-estrutura para os assentamentos (água, energia, estradas) e a garantia de políticas de saúde, educação e crédito para habitação e produção nas áreas de Reforma Agrária.

De Delmiro Gouveia a Maceió foram mais de 330 km percorridos, a pé, pelos mais de 1,5 mil trabalhadores rurais, oriundos de cerca de 120 áreas (acampamentos e assentamentos) de todas as regiões do Estado. As treze grupos se dividiram durante o trajeto em equipes (alimentação, infra-estrutura, segurança, saúde e outras) que garantiram a passagem organizada por vinte localidades, entre municípios e povoados. No Estado de Alagoas são mais de 5 mil famílias acampadas à beira da estrada em acampamentos do MST.

Em cada município por onde passou, a Marcha cumpriu um papel de esclarecimento junto à sociedade sobre a importância da Reforma Agrária e sobre os problemas locais. Todos os dias, atos públicos levaram às ruas informações críticas sobre a exploração demasiada que o agronegócio mantém sobre os trabalhadores rurais e sua insustentabilidade ambiental. Além dos artistas populares, boiadeiros, repentistas que acompanhavam a própria Marcha, os moradores destas localidades puderam assistir ao filme “MST 25 Anos – Uma luta de todos”, que relata o sucesso da política de Reforma Agrária conquistada em vários assentamentos.

A chegada em Maceió não significa ainda para os 1,5 mil marchantes o final da jornada. Acampados na Praça Sinimbu, agora são esperadas audiências com o governo e com o Incra e, somente após a resolução de toda a pauta, os trabalhadores retornarão para suas casas. A indisponibilidade do governador do estado em negociar com os Sem Terra pode gerar uma maior permanência do Movimento na Capital.