Vitória na Dandara: prefeitura vai cadastrar famílias

As famílias que vivem na Ocupação rururbana Dandara, em Belo Horizonte (MG), serão incluídas em cadastramento que pode à conquista de suas casas. “O cadastramento levanta o perfil das pessoas que estão na ocupação e coloca estes dados no processo. Se eventualmente, no futuro, conseguirmos uma vitória, esse cadastramento serve para fins de contemplação. Mas não significa que com o cadastramento as famílias serão contempladas”, pondera o coordenador das Brigadas Populares, Joviano Mayer.

As famílias que vivem na Ocupação rururbana Dandara, em Belo Horizonte (MG), serão incluídas em cadastramento que pode à conquista de suas casas.

“O cadastramento levanta o perfil das pessoas que estão na ocupação e coloca estes dados no processo. Se eventualmente, no futuro, conseguirmos uma vitória, esse cadastramento serve para fins de contemplação. Mas não significa que com o cadastramento as famílias serão contempladas”, pondera o coordenador das Brigadas Populares, Joviano Mayer.

Joviano diz que ainda não se pode prever a inclusão das famílias em programas de moradia ou a conquista da terra em que estão. O cadastro seria, portanto, um dos passos deste avanço.

O cadastramento foi determinado pelo Tribunal de Justiça e é uma antiga reivindicação das Brigadas Populares e do MST que, há mais de 6 meses, cobram uma posição do poder público municipal quanto à situação dos acampados.

As famílias festejaram com fogos de artifício e palavras de ordem ao saber da notícia. “Esse cadastramento representa um passo importante rumo à vitório das famílias de Dandara”, afirma.

Histórico

Batizada de Dandara, em homenagem à companheira de Zumbi dos Palmares, a ocupação foi realizada em 09/04/09 com 150 famílias, pelo Fórum de Moradia do Barreiro, Brigadas Populares e MST, e representa a inauguração, em Minas Gerais, da aliança entre os atores da Reforma Agrária e da Reforma Urbana.

Neste sentido, a Dandara traz dois diferenciais. O primeiro é o perfil rururbano da ação, que reivindica um terreno de 40 mil metros quadrados no bairro Céu Azul, na periferia de Belo Horizonte. A idéia é pedir a divisão em lotes que ajudem a solucionar o passivo de moradia de Belo Horizonte, hoje avaliado em 100 mil unidades, das quais 80% são de famílias com ganhos abaixo de três salários mínimos. E também contribuir na geração de renda e na segurança alimentar, ao adotar-se um sistema de agricultura periurbana, em que cada lote destine uma área de terra possível de se tirar subsistência ou complemento de renda e alimentação saudável.

O segundo diferencial é a conjuntura da crise do capitalismo. A enorme massificação da área pelas famílias da região foi surpresa para todos os militantes presentes, e ainda segue chegando gente, na busca de sair de áreas de risco ou fugindo do aluguel que se tornou impagável.

Multiplicam-se os barracos de lona, entram famílias inteiras com colchões, móveis, fogões, filhos e sonhos. É a confirmação da instalação da crise econômica do capital, que vem varrendo o mundo por conta da insanidade dos ricos na sua busca de mais lucros no mercado financeiro, através do neoliberalismo do ultimo período. Agora pretendem cobrar a conta dos pobres, através do desemprego, da fome e da violência.

Não param de chegar famílias para acampar. A última contagem numerou mais de 891 barracos e estima-se que isto corresponda a cerca de três a cinco mil pessoas (entre adultos, jovens e crianças).