Estudo mostra contribuição das empresas com desmatamento

Um mapeamento da cadeia produtiva da soja, óleo de palma e outras commodities, realizado pela fundação inglesa Global Canopy Foundation, relava a responsabilidade das companhias de grande porte sobre a destruição das florestas do mundo. O que uma grande companhia aérea européia tem a ver com o desmatamento na Amazônia? Provavelmente muito, já que há grandes chances de o frango que é servido a bordo ter sido alimentado com soja que, muito possivelmente, veio de plantações brasileiras que contribuíram para a destruição de mata nativa.

Um mapeamento da cadeia produtiva da soja, óleo de palma e outras commodities, realizado pela fundação inglesa Global Canopy Foundation, relava a responsabilidade das companhias de grande porte sobre a destruição das florestas do mundo.

O que uma grande companhia aérea européia tem a ver com o desmatamento na Amazônia? Provavelmente muito, já que há grandes chances de o frango que é servido a bordo ter sido alimentado com soja que, muito possivelmente, veio de plantações brasileiras que contribuíram para a destruição de mata nativa.

“Se de um lado os países ricos dizem para parar o aquecimento global dando dinheiro para conter o desmatamento nos países pobres, por outro lado é o próprio mercado destes países que está incentivando a derrubada das florestas”, afirma o coordenador da fundação, Niki Mardas.

A ONG inglesa se propôs a analisar a cadeia produtiva das cinco commodities chaves no processo de desmatamento – soja, carne bovina (e couro), madeira, óleo de palma e agrocombustíveis – para mostrar a gingantes empresas européias como Adidas, British Airways, Kingfisher e Sainsbury o quanto seus negócios contribuem para a destruição das florestas.

Segundo o estudo, estimados 32% da soja brasileira são exportadas para a Europa e tem como destino principal a alimentação de rebanhos de aves ou porcos, por exemplo. Entre 1999 e 2004, a produção de soja na região da Amazônia cresceu 15% ao ano, com a safra de 2004/05 produzindo 50 milhões de toneladas sobre 23 milhões de hectares – uma área do tamanho do Reino Unido.

Outro exemplo vem do óleo de palma, que é considerado um ‘super produto’ pela sua alta versatilidade, já que serve para fazer desde pasta de dente e chocolates até sopas e cereais. O Brasil tem atualmente cerca de 70 mil hectares de plantações de palma, que geram cerca de 220 mil toneladas de óleo bruto por ano.

Praticamente 10% do que está nas prateleiras dos mercados europeus contém óleo de palma. Mais de 80% das 42 milhões de toneladas produzidas em 2007 mundialmente vieram da Indonésia, que cultiva 7,8 milhões de hectares de palma, e Malásia, com 4,5 milhões de hectares. Entre 1990 e 2005, mais da metade da expansão nestes países ocorreu na conversão de matas nativas e turfas. “A demanda global por commodities pode ser considerado o principal fator que sozinho mais contribui para o desmatamento”, afirma Niki Mardas.

(Com informações da Agência Envolverde e do Blog do Agronegócio)