Indígenas afirmam que fazendeiro é responsável pelo desaparecimento de professores

Da Radioagência NP Os professores Rolindo Verá e Genivaldo Verá continuam desaparecidos desde que tentaram ocupar a fazenda São Luiz, no município de Paranhos (MS). A fazenda é de Firmino Escobar, e está instalada ilegalmente em terras dos Guarani-Kaiowá. Segundo os indígenas, Firmino fugiu e levou todos os seus pertences da fazenda depois do desaparecimento dos professores. Os Guarani-Kaiowá acreditam que foi ele o mandante do crime.

Da Radioagência NP

Os professores Rolindo Verá e Genivaldo Verá continuam desaparecidos desde que tentaram ocupar a fazenda São Luiz, no município de Paranhos (MS). A fazenda é de Firmino Escobar, e está instalada ilegalmente em terras dos Guarani-Kaiowá. Segundo os indígenas, Firmino fugiu e levou todos os seus pertences da fazenda depois do desaparecimento dos professores. Os Guarani-Kaiowá acreditam que foi ele o mandante do crime.

A professora Guarani-Kaiowá, que não quis se identificar por medo de sofrer repressões, explica a relação entre os fatos.

“A terra pertence aos Guarani-Kaiowá daquela região. O comentário é que os fazendeiros jamais iriam deixar, de braços abertos, acontecer a ocupação de uma terra. Particularmente, eu acho que [as mortes] tem a ver com a terra sim, isso foi encomendado sim.”

Segundo ela, os professores indígenas sofrem perseguição política por causa de sua atuação na comunidade.

“Nós, professores, conseguimos trazer os problemas da comunidade para serem tratados dentro da sala de aula. Mas a mídia muitas vezes reflete que é o professor a “cabeça de tudo”. Mas não [é verdade]. [Isso é resultado] da união que a gente tem. E a gente como Guarani-Kaiowá sente muito com a perda dos dois.”

Rolindo e Genivaldo viviam na aldeia Pirajuí, junto a outros três mil indígenas. A expansão dos latifúndios e da pecuária fez com que os índios Guarani-Kaiowá perdessem grande parte de suas terras na região. Por essa razão, os indígenas não conseguem plantar nem caçar, e tem que trabalhar nas cidades para conseguir o seu sustento e de sua família.