Famílias do MST resistem a despejo em Atalaia

A Polícia Militar de Alagoas encontra-se, neste momento, em frente ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na fazenda Aracati, em Atalaia (45 km de Maceió). A tropa chegou num ônibus para executar a reintegração de posse da área, em benefício de Jorge Matias, que se reivindica proprietário.

A Polícia Militar de Alagoas encontra-se, neste momento, em frente ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na fazenda Aracati, em Atalaia (45 km de Maceió). A tropa chegou num ônibus para executar a reintegração de posse da área, em benefício de Jorge Matias, que se reivindica proprietário.

Quatro anos após a morte de Jaelson Melquíades, liderança assassinada em Atalaia em novembro de 2005, a região ainda passa por conflitos entre camponeses e latifundiários. A tristeza gerada pela inércia do Estado que mantém a impunidade de assassinos aumenta quando as famílias da região assistem surpresas à rapidez do Governo Teotônio Vilela em mobilizar tropas para expulsar os trabalhadores das terras.

Os mais de duzentos trabalhadores rurais do MST que vivem na área estão preparados para resistir à saída forçada e permanecer cultivando na fazenda. Eles denunciam que há dúvidas quanto à propriedade das terras e reivindicam uma vistoria imediata do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para comprovar a improdutividade da área.

A primeira ocupação na fazenda Aracati aconteceu em 2005 e há oito meses o MST havia retornado para a área. Mesmo com as evidências de improdutividade, o juiz da comarca de Atalaia, Alfredo Mesquita, concedeu reintegração de posse a Jorge Matias, que reivindica a propriedade. O Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC) da Polícia Militar de Alagoas está no local para concluir a reintegração.