Camponeses fazem nova ocupação em Minas Gerais
Na manhã desta terça-feira (8/12), mais de 80 famílias de várias comunidades rurais do município de Rio Pardo de Minas, Região do Alto Rio Pardo, Norte de Minas, e a Via Campesina Brasil, realizaram mais uma ocupação de terra para a retomada dos territórios tradicionais/Geraizeiros.
A ação ocorreu em terras devolutas exploradas por Rui Macedo Sapuriti. As comunidades, que envolvem aproximadamente 500 famílias, reivindicam uma área de 6 mil hectares, explorada por Sapuriti. Área de uso comum historicamente ocupada pelas comunidades que, após os contratos do governo com empresas e empresários, foram destruídas com o plantio de eucalipto. Muitas nascentes secaram, processos erosivos avançados reduzriam a capacidade de a natureza se regenerar. Esse projeto não trouxe benefício para as comunidades nem para a região. Gerou destruição e pobreza. Hoje, as comunidades organizam-se juntamente com a Via Campesina para reocupar essas áreas com uma proposta de uso que envolve a preservação ambiental e a produção de alimentos.
No dia 3 de dezembro, as comunidades ocuparam uma área da comunidade da Raiz. Nesta semana, a área ocupada envolve outras comunidades, que exigem a retirada das empresas que hoje controlam as áreas e a regularização dos territórios para uso da comunidade. Exigem ação do ITER para que faça a regularização das terras para uso das comunidades e não para os empresários – como vem agindo. Os camponeses iniciaram o plantio de alimentos e o plantio de espécies nativas para a recuperação das áreas, e não pretendem sair.
Esse caminho foi iniciado com a comunidade do Muzelo e Vereda Funda, ambas na região, que retomaram suas terras e hoje vêm construindo um projeto camponês, respeitando a natureza e produzindo alimentos para a comunidade e região.
