No Pará, Via Campesina protesta contra UHE de Belo Monte

[img_assist|nid=8815|title=Audiência sobre Belo Monte em Belém|desc=|link=none|align=left|width=195|height=144] Da Via Campesina/ Pará

[img_assist|nid=8815|title=Audiência sobre Belo Monte em Belém|desc=|link=none|align=left|width=195|height=144] Da Via Campesina/ Pará

O Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre realizou, na manhã da última sexta-feira (11/12), um ato contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Belém (PA). Professores, estudantes, defensores dos direitos humanos, movimentos sociais, representantes dos moradores dos rios Xingu, Madeira, Tapajós e índios Tembés, concentraram-se em frente à Universidade Federal do Pará (UFPA). Em seguida, iniciaram uma caminhada rumo à sede regional das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte).

Uma comissão foi criada para entregar um documento-manifesto ao diretor-presidente Jorge Nassar Palmeira. No entanto, os representantes do Comitê foram informados de que não seriam recebidos. “O presidente não está. Se vocês não sairem chamaremos a polícia”, ameaçou um representante da empresa aos participantes do ato.

“Este é um ato pacífico, viemos aqui com objetivo de entregar o documento e não sairemos enquanto não formos recebidos”, contestava Dion Monteiro, um dos representantes do Comitê.

Com palavras de ordem que diziam “Não, não, não! Belo Monte Não!”, “Àguas para vida e não para morte!”, os ativistas decidiram entrar na sede da Eletronorte, onde exigiram uma audiência. Mais de trinta pessoas foram recebidas por Arielton Santos, advogado da empresa e pelo Engenheiro Eletricista Nilson Barbosa, substituto do gerente regional de Transmissão do Pará (CPA).

Antônia Melo, da coordenação do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, de Altamira, leu a carta em Defesa da Vida aos presentes. Os representantes da empresa comprometeram-se encaminhar à presidência da Eletronorte, em Brasília.

O professor Aluísio Leal, representante dos docentes da UFPA, expressou o sentimento de todos os participantes do ato, de indignação, e de luta contra esses grandes projetos na Amazônia que vêm sendo construídos desde a ditadura militar. A carta expressa o posicionamento de milhares de pessoas que continuarão a lutar pela vida e em defesa do povo da Amazônia.

Os manifestantes denunciaram, ainda, que o projeto de Belo Monte busca somente a otimização energética e não considera as condições ambientais naturais do rio Xingu. Sua instalação poderá destruir 100 quilômetros seguidos de cachoeiras e corredeiras, arquipélagos florestados, canais naturais rochosos, pedras gravadas e outras relíquias arqueológicas.

Além disso, a obra deverá expulsar de suas casas mais de 25 mil brasileiros moradores de Altamira, da área rural da Transamazônica e barranqueiros do Xingu.