Brasil ocupa 2º lugar no cultivo de transgênicos

O Brasil ultrapassou a Argentina e se tornou o segundo maior produtor mundial de transgênicos, "perdendo" apenas para os Estados Unidos. Segundo o ranking anual do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (23/2), o país cultivou 21,4 milhões de hectares de grãos geneticamente modificados em 2009, um crescimento de 35,4% e de 5,6 milhões de hectares em área plantada em relação a 2008.

O Brasil ultrapassou a Argentina e se tornou o segundo maior produtor mundial de transgênicos, “perdendo” apenas para os Estados Unidos. Segundo o ranking anual do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (23/2), o país cultivou 21,4 milhões de hectares de grãos geneticamente modificados em 2009, um crescimento de 35,4% e de 5,6 milhões de hectares em área plantada em relação a 2008.

Segundo o estudo, é a maior expansão entre os 25 países produtores de transgênicos. O crescimento da lavoura de transgênicos foi encabeçado pelo milho Bt (resistente a insetos), cujo cultivo pelos agricultores teve início em 2008. No ano passado, o Brasil plantou 5 milhões de hectares do milho geneticamente modificado, sendo que a expansão da área cultivada foi de 3,7 milhões de hectares – 400% a mais que em 2008.

Além do milho, o Brasil cultivou no ano passado 16,2 milhões de hectares de soja geneticamente modificada e 145 mil hectares de algodão com essas características. Juntas, as três lavouras representam 16% dos 134 milhões de hectares cultivados com transgênicos em todo o mundo.

Controvérsia e riscos

A expansão da área plantada de grãos geneticamente modificados é vista com desconfiança por ambientalistas, que questionam o fato de o governo brasileiro não possuir informações sobre a área plantada com sementes transgênicas. “Não há dados oficiais sobre o total de áreas cultivadas com transgênicos no Brasil. O ranking da ISAAA gera suspeitas, pois a entidade é financiada pelas empresas de biotecnologia”, afirma Rafael Cruz, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace.

Segundo Cruz, ao mesmo tempo que a área de transgênicos cresce em culturas como o milho, há produtores de soja que estão voltando ao plantio do grão convencional, seguindo uma tendência já verificada nos países europeus. O próprio relatório da ISAAA aponta que o cultivo de transgênicos na Europa caiu de 107,7 mil hectares em 2008 para 94,7 mil hectares em 2009.

A liberação dos transgênicos no meio ambiente pode causar impactos imprevisíveis, irreversíveis e incontroláveis. Ainda há pouquíssimos estudos sobre o que pode acontecer com a saúde humana ou animal caso esses organismos sejam plantados. Até agora, ninguém conseguiu provar que eles sejam seguros.

Entre os principais problemas ambientais relacionados aos transgênicos está a contaminação genética, que acontece quando plantas transgênicas cruzam com plantas convencionais e se sobrepõem, causando uma perda da diversidade genética da espécie.

Além disso, os OGM também podem aumentar o uso de agrotóxicos. A soja da Monsanto, por exemplo, foi feita para ser resistente a um único pesticida. Após alguns anos usando sempre o mesmo produto, o agricultor começa a ter problemas para matar as ervas daninhas, que passam a ficar mais fortes e resistentes. Para acabar com esse problema, ele é obrigado a aplicar o veneno mais vezes e em quantidades cada vez maiores. E isso significa que mais agrotóxico será depositado no solo e na água ao redor da lavoura.

(Com informações do IHU e do Greenpeace)