Mulheres da Via Campesina ocupam usina no Paraná

Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 1.000 camponesas da Via Campesina, vindas de várias regiões do estado, ocupam a Usina Central do Paraná, desde as seis horas da manhã, na cidade de Porecatu (norte do Paraná). O ato faz parte da mobilização nacional contra o agronegócio e a violência: por Reforma Agrária e soberania alimentar e denuncia a monocultura da cana e o trabalho escravo.

Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 1.000 camponesas da Via Campesina, vindas de várias regiões do estado, ocupam a Usina Central do Paraná, desde as seis horas da manhã, na cidade de Porecatu (norte do Paraná). O ato faz parte da mobilização nacional contra o agronegócio e a violência: por Reforma Agrária e soberania alimentar e denuncia a monocultura da cana e o trabalho escravo.

A expansão de cana-de-açúcar no Paraná, na região Norte, Noroeste e Norte Pioneiro, têm gerado sérias conseqüências, tais como: destruição ambiental, expulsão de trabalhadores do campo, violações dos direitos trabalhistas e trabalho escravo. Em 2008, 228 trabalhadores foram encontrados em situação degradante, semelhante ao trabalho escravo, em fazendas do grupo Atalla, que controla a Usina Central do Paraná.

Programação

Por volta das 17h, as camponesas realizam um Ato de Solidariedade com doação de alimentos da Reforma Agrária aos cortadores de cana na praça central da cidade de Florestópolis. Em seguida, os alimentos serão distribuídos nos bairros pobres onde vivem trabalhadores do corte da cana, que na semana anterior estavam em greve devido a dois meses de salários atrasados.

Mesmo com todo o trabalho da Pastoral da Criança, que surgiu há 25 anos em Florestópolis, hoje ainda existem muitas pessoas morrendo de fome, devido à monocultura da cana-de-açúcar que vem gerando miséria na região.

A mobilização das mulheres trabalhadoras do campo e cidade defende a vida com relações igualitárias e a preservação do planeta, contra o lucro e a exploração dos trabalhadores pelos patrões. Denuncia as grandes multinacionais que controlam a tecnologia, os recursos naturais e as sementes, destruindo a biodiversidade e a vida humana; os grandes latifúndios e monocultivos, da soja, cana-de-açúcar, pinus, eucalipto, etc, que geram pobreza, miséria, desemprego, violência e inviabilizam a Reforma Agrária.

Durante a mobilização as mulheres exigem do Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) a desapropriação e o assentamento imediato das áreas improdutivas, onde foram cometidos crimes trabalhistas e ambientais, para o assentamento das famílias acampadas no Paraná. Além de exigir o fim da criminalização contra os movimentos sociais, em especial o MST, que vem sofrendo perseguição política pelo Poder Judiciário e a mídia, na tentativa de impedir a Reforma Agrária no Brasil.

Este ano se completa o centenário do Dia Internacional da Mulher. A data vem sendo relembrada há cem anos pelas trabalhadoras de todo mundo. É um dia de luta contra todas as formas de opressão e violência contra as mulheres, luta pela vida e pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores. No caso das camponesas, também é um momento de protesto contra o agronegócio e pela Reforma Agrária.