Na Paraíba, mulheres marcham em defesa de projeto popular de agricultura

Na manhã desta segunda-feira (8/3), ceca de 400 mulheres da Via Campesina marcham pelas ruas do município de Sousa, sertão da Paraíba. As mulheres comemoram os 100 anos do Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras e denunciam os abusos cometidos pelo agronegócio, modelo de agricultura que só gera concentração de riqueza, pobreza dos trabalhadores e destruição do meio ambiente.

Na manhã desta segunda-feira (8/3), ceca de 400 mulheres da Via Campesina marcham pelas ruas do município de Sousa, sertão da Paraíba.

As mulheres comemoram os 100 anos do Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras e denunciam os abusos cometidos pelo agronegócio, modelo de agricultura que só gera concentração de riqueza, pobreza dos trabalhadores e destruição do meio ambiente.

Elas denunciam o Grupo Santana, grande empresa agrícola que nas Várzeas de Sousa vem produzindo em mais de 1000 hectares a monocultura do milho, destinado a produção de grãos. Nessa produção o uso de agrotóxico vem sendo aplicado de maneira descontrolada, prejudicando as famílias acampadas do pré- assentamento Isabel Cristiano. 20 famílias foram diretamente prejudicadas, pois tiveram suas plantações de alimentos destruídas e apresentaram problemas respiratórios, intestinais, dores no corpo e na cabeça, chegando a serem hospitalizadas.

Os agrotóxicos, bastante usado pelos grandes latifundiários para gerar mais lucros nas suas produções, matam a biodiversidade animal e vegetal, afetam a fertilidade natural do solo (ao acabar com bactérias e nutrientes naturais), contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva, pois os venenos secantes evaporam para a atmosfera e depois regressam com a chuva. Esses venenos afetam a qualidade dos alimentos que vão a nossa mesa, gerando no ser humano a destruição de células, chegando a resultar em câncer. O Brasil se encontra entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos.

As mulheres camponesas defendem um projeto popular de agricultura, que tenha a Reforma Agrária como primeiro passo e como base a agricultura familiar. A produção dessa agricultura popular será de alimentos saudáveis, orgânicos e que respeitem o meio ambiente e aqueles que o consomem.

Também estarão presentes na marcha representantes da ASPA (Associação dos Apicultores do Alto Sertão), UAMA (União das Associações do Município de Aparecida), APAN (Associação Paraibana dos Amigos da Natureza), Sindicato dos Professores do Município de Sousa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Sousa e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Aparecida.