Ruralistas usam cooperativas para fazer campanha eleitoral

Do Blog da Reforma Agrária Entidades nacionais do agronegócio preparam uma campanha para dobrar o número de parlamentares da bancada ruralista, de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico desta segunda-feira (22/3) .

Do Blog da Reforma Agrária

Entidades nacionais do agronegócio preparam uma campanha para dobrar o número de parlamentares da bancada ruralista, de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico desta segunda-feira (22/3) .

Para isso, as duas maiores entidades nacionais – Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – trabalham para que cooperativas agrícolas patronais dos estados e municípios façam doações financeiras para as campanhas de seus candidatos.

Essas cooperativas recebem dinheiro público por meio de convênios com governos federal e estaduais, que deveria ser aplicado no desenvolvimento rural.

Será que existe uma relação de promiscuidade entre as cooperativas do agronegócio e as candidaturas ruralistas?

Temos um bom exemplo: a revista Veja publicou reportagem denunciando que a ruralista Kátia Abreu bancou ilegalmente a sua candidatura por meio de esquema em que a CNA pagou R$ 650 mil à agência de publicidade que fez sua campanha, em 2006.

É o que demonstram documentos internos da confederação, de acordo com denúncia de Veja – não confiamos nessa revista, mas ela faz até propaganda (veja a foto).

Antes, ela era presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (1995-2005). Agora, é senadora. Será que ela quer generalizar esse esquema para todo o país? Não, seria apenas “lobby, sim; mas é lobby positivo”, disse na matéria do Valor.

É um tema importante, que precisa ser investigado na CPMI que foi criada para “analisar desvios e irregularidades verificados em convênios de contratos firmados entre a União, organizações ou entidades de reforma agrária e desenvolvimento agrário”.

Espera-se também que os órgãos públicos de controle fiquem atentos aos repasses ilegais dessas cooperativas a candidatos.