Assentados denunciam falta de escola em São Gabriel

Uma representação de 60 famílias das cerca de 750 famílias Sem Terra assentadas em São Gabriel, na Fronteira Oeste, protestam neste momento em frente à Coordenadoria Regional de Educação (CRE) na cidade de Santana do Livramento.

Uma representação de 60 famílias das cerca de 750 famílias Sem Terra assentadas em São Gabriel, na Fronteira Oeste, protestam neste momento em frente à Coordenadoria Regional de Educação (CRE) na cidade de Santana do Livramento.

As famílias denunciam que não está sendo garantida educação de qualidade para as 300 crianças assentadas e tampouco para as cerca de 100 acampadas em São Gabriel. Para as crianças assentadas, não foi construída a escola-pólo, e as vagas na rede de ensino do município são insuficientes. Já as crianças acampadas em 8 acampamentos no RS foram afetadas pelo fechamento das escolas itinerantes pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Governo do Estado.

A mobilização em Santana do Livramento dá prosseguimento aos protestos realizados nesta segunda-feira em Porto Alegre e no interior do estado. As famílias de São Gabriel exigem que os governos estadual e municipal resolvam a situação das crianças assentadas, construindo a prometida
escola-pólo.Também pressionam para que o MPE cumpra o que acordou ontem em reunião com as famílias em Porto Alegre e realize a reunião, na próxima semana, com o governo estadual e o Conselho Estadual de Educação para tratar do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que deu fim às escolas
itinerantes.

Histórico em São Gabriel

Em São Gabriel, cerca de 300 crianças que já estão assentadas estão sem aula regular. A prefeitura afirma que não tem vaga na rede municipal para todas as crianças, e as que conseguiram matrícula tem dificuldade de transporte. Mesmo as crianças que conseguiram vaga, estão com dificuldade de estudar porque não há estradas nem transporte, obrigando as crianças a acordar às 5 horas da manhã e caminhar até 8 km para chegar a estrada principal.

O governo federal não reformou as antigas sedes das fazendas, onde funcionariam escolas provisórias, e a prefeitura não contratou os professores. O governo federal também não liberou verba para a construção
da escola-pólo porque a prefeitura está em inadimplência. As famílias já estão assentadas há mais de ano em São Gabriel e seguem sem os serviços básicos atendidos, como saúde, educação, estrada e recursos para produzir.