Relatora da ONU afirma que ação do MAB beneficia a democracia brasileira

Do MAB Na manhã deste domingo (11/4), durante o Encontro Nacional da Juventude que acontece desde o dia 8, em Brasília, os atingidos por barragens debateram sobre a violação dos direitos humanos e ouviram relatos de experiências de luta de diversos estados.

Do MAB

Na manhã deste domingo (11/4), durante o Encontro Nacional da Juventude que acontece desde o dia 8, em Brasília, os atingidos por barragens debateram sobre a violação dos direitos humanos e ouviram relatos de experiências de luta de diversos estados.

O assessor Jurídico do Movimento, Leandro Scalabrin, iniciou lembrando a visita da relatora da ONU, Hina Jilani, que esteve no Brasil em 2005. Em seu relatório ela reconheceu a organização do MAB e mencionou que o Movimento constitui benefício e acrescenta valor à democracia brasileira.

Leandro Scalabrin afirmou ainda que os direitos humanos têm potencial de luta, pois carrega o princípio da dignidade humana. “A busca da dignidade humana é parte da luta dos militantes organizados no MAB e isso é um direito dos atingidos”, afirmou. Além disso, ele mencionou o direito de resistir à construção da obra, já que o atual modelo energético e a forma como são construídas as barragens violam os direitos das populações atingidas.

Nos últimos anos a violação dos direitos humanos se intensificou em quase todas as barragens onde o MAB tem organização. Casos de assassinatos, prisões e perseguições políticas, despejos violentos e falta de indenizações são os principais casos de violação que os atingidos por barragens têm sofrido. “Fizemos campanhas contra essas violações e a solidariedade que tivemos de nossos parceiros e apoiadores foi o que permitiu que essas violações não fossem pior”, disse uma das lideranças do MAB.

Crianças também vivenciam espaços coletivos no Encontro Nacional

Não somente os jovens participam do Encontro Nacional da Juventude do MAB, que acontece desde o dia 8 na Universidade de Brasília (UnB), mas também cerca de 20 crianças vindas de sete Estados brasileiros. As crianças são filhas de agricultores e agricultoras que foram expulsos de suas terras ou perderam todas as condições de sobreviverem com dignidade. Enquanto seus pais participam das atividades do encontro, elas participam da Ciranda Infantil, onde aprendem desde cedo, brincando, a acompanhar a luta dos atingidos.

Andréia Neiva, coordenadora da Ciranda diz que é muito importante a presença e participação das crianças nas atividades do movimento. “Desde cedo elas internalizam os princípios e valores do MAB na vivencia coletiva”, afirmou Andréia. Ela disse ainda que a Ciranda não é apenas importante para a família e sim para todo coletivo, pois vai se construindo a idéia de que o cuidado com as crianças é uma tarefa de todos.

Damiana Bruno, mãe de Raymundo Kaike, de cinco anos, fala que além de permitir que os pais e mães participem com tranqüilidade do encontro, a Ciranda também ajuda a criança a desenvolver o espírito coletivo desde pequeno. “Não é necessário esperarmos que elas cresçam para ensinarmos os valores e princípios da sociedade que almejamos”, concluiu.

O Encontro Nacional da Juventude – pelos direitos dos atingidos por barragens e por um Projeto Energético Popular prossegue até amanhã, dia 12 de abril.