Em Atalaia, trabalhadores rurais bloqueiam a BR 316

Com a negativa do Prefeito em receber a marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Atalaia (AL), os manifestantes decidiram bloquear a rodovia BR-316, que passa pelo município. Desde o início da manhã, cerca de 200 Sem Terra estão mobilizados na cidade, onde fizeram uma caminhada até o Fórum de Justiça para cobrar a resolução de crimes relacionados à luta fundiária e depois se ocuparam a sede municipal.

Com a negativa do Prefeito em receber a marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Atalaia (AL), os manifestantes decidiram bloquear a rodovia BR-316, que passa pelo município. Desde o início da manhã, cerca de 200 Sem Terra estão mobilizados na cidade, onde fizeram uma caminhada até o Fórum de Justiça para cobrar a resolução de crimes relacionados à luta fundiária e depois se ocuparam a sede municipal.

As mobilizações acontecem em todo o país na passagem da Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária, em memória dos 19 trabalhadores assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1997. Em Alagoas, já são 1500 camponeses em manifestações em todas as regiões do Estado. O bloqueio da BR-316 acontece para forçar um diálogo com a prefeitura de Atalaia e abrir negociação sobre a pauta do Movimento.

Em Atalaia, os agricultores estão chamando a atenção da sociedade para a atuação desastrada do vice-prefeito Élvio Brasil. O segundo homem da prefeitura tem se empenhado pessoalmente no despejo imediato de famílias Sem Terra que ocupam fazendas no município, extrapolando suas atribuições de executivo. Contrariando o tempo do judiciário, antes mesmo de qualquer ordem de reintegração de posse, o vice-prefeito, têm se antecipado e acompanhado de perto as ações do Movimento Sem Terra para intimidar as famílias que buscam seu sustento e um modelo mais coletivo de uso da terra.

Outras ações acontecem nos municípios de Inhapi, Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Girau do Ponciano e São Luís do Quitunde. A prefeitura de Delmiro Gouveia está ocupada por 500 trabalhadores. Em Inhapi, são 150. Em Girau do Ponciano, 350 camponeses solicitam negociação com a prefeitura. Em Olho d’Água do Casado, 110 famílias Sem Terra aguardam o retorno do prefeito Gauberto Pereira, marcado para 16h. E em São Luís do Quitunde, cerca de 150 famílias de agricultores acamparam na prefeitura no final da manhã.

Em todas as prefeituras, o MST apresenta uma pauta local de reivindicações que passa pelas questões estruturais e sociais. A construção de escolas, estradas que dêem acesso aos assentamentos e o funcionamento do Programa de Saúde da Família, com equipes e unidades de saúde próximos a assentamentos são alguns dos pontos.