Sem Terra da Bahia já promoveram 16 ocupações

Por Paulo Magalhães Fº e Wesley Lima

Por Paulo Magalhães Fº e Wesley Lima

Na última quarta-feira (21/4), Sem Terra da Bahia acordaram às 4h e, às 7h, todos marcharam por 15 km até o local do próximo acampamento, em um denso e vasto canavial. Na passagem pela cidade de Amélia Rodrigues, os militantes foram recepcionados por Arani Santana, Secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Bahia. Uma das fundadoras do movimento negro baiano, oriunda do bloco afro Ilê Ayê, Arani substituiu o Sem Terra Valmir Assunção, que retomou seu mandato de Deputado Estadual. Em sua fala, a Secretária deu as boas vindas a todos os companheiros em suas regionais, falando também de seu trabalho como mulher, negra, quilombola, e da importância dos movimentos sociais na luta socialista. Após alguns quilômetros, Valmir Assunção e Marcelino Gallo se fizeram presentes na marcha, acompanhando os companheiros (as) nas regionais durante um pequeno percurso.

Durante a tarde, a rádio itinerante iniciou o seu funcionamento, visando informar, divertir e formar politicamente os participantes da marcha. Após a assembléia da tarde, se fizeram presentes os professores advogados Marília Lomanto, Clóvis Araújo e Ricardo, além do médico Túlio, que deram as boas vindas ao acampamento e debateram os mecanismos políticos capitalistas de dominação da sociedade brasileira e a importância e papel dos movimentos sociais na luta contra o poder.

A quarta-feira ainda contou com uma oficina de capoeira angola coordenada pelo capoeirista Sem Terra, da Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro (Acanne).

Agitprop anima militantes

Na quinta-feira a chuva surpreendeu os Sem Terra em marcha, mas não os desanimou na caminhada. À tarde, a turma do Neppa (Núcleo de Estudos em Práticas e Políticas Agrárias da UFBA), com apoio do Setor de Comunicação e Cultura, realizou a Oficina de Agitação e Propaganda. Trabalhadores de diversas idades e origens tiveram contato com diferentes técnicas de AgitProp e surpreenderam os oficineiros com seus talentos e saberes.

Ocupações continuam

Na quarta-feira (21/4), o MST realizou uma ocupação com cerca de 120 pessoas na Fazenda Barrinha, de propriedade da Veracel Celulose. Na quinta (22/4), o movimento ocupou a fazenda Tagoará, em Itabela. Com estas, chegam a 16 as ocupações realizadas até o momento, como parte das ações da Jornada de Lutas.

Ato pela Petrobrás

Na tarde da sexta-feira (23/4), os militantes se uniram à Federação Única dos Petroleiros em um ato pela defesa da Petrobrás, contra os projetos de lei que pretender retirar a empresa da exploração de campos terrestres, acarretando a perda de bilhões de reais em investimentos na Bahia, além da perda imediata de cerca de 6500 postos de trabalho diretos e indiretos. Os manifestantes marcharam do Forte de São Pedro à Praça Municipal, onde fizeram um grande ato unificado.