MST ocupa fazenda Riachão em Alagoas

Por Rafael Soriano Da Página do MST Mais de 120 famílias organizadas no MST ocuparam nesta terça-feira a fazenda Riachão, arrendada à Usina Cachoeira, de propriedade de Carlos Lyra, para denunciar que a área de 500 hectares não cumpre a função social. As acusações de devastação ambiental em função do cultivo da cana-de-açúcar e as dívidas com o INSS confrontam a função social da terra, prevista nos artigos 5º e 186º Constituição.

Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Mais de 120 famílias organizadas no MST ocuparam nesta terça-feira a fazenda Riachão, arrendada à Usina Cachoeira, de propriedade de Carlos Lyra, para denunciar que a área de 500 hectares não cumpre a função social.

As acusações de devastação ambiental em função do cultivo da cana-de-açúcar e as dívidas com o INSS confrontam a função social da terra, prevista nos artigos 5º e 186º Constituição.

O acampamento fica no município de Flexeiras, a 7km da entrada da fazenda Bom Jardim na AL-130. As famílias camponesas solicitam do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que vistoriem a área, para sua destinação para Reforma Agrária.

O Grupo Carlos Lyra faz parte do conjunto de empresas privadas do campo alagoano que, junto com outras “grandes irmãs” (Grupos João Lyra, Corrêa Maranhão, Tércio Wanderley, Toledo e Andrade Bezerra) controlam 53% da agroindústria da cana-de-açúcar em Alagoas.

Desde a década de 1990, esses grupos mantém uma política de expansão de seu capital em outros Estados, como Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e outros, em consonância com a política global de estímulo à produção de agrocombustíveis.

Novo modelo

Em vez da super-exploração do trabalho e do ambiente, as famílias dos assentamentos da região já desenvolvem uma agricultura voltada para a produção de alimentos para a população, outro modelo de produção e relação no campo que privilegia a agroecologia e colabora para a soberania alimentar dos alagoanos.

As famílias reivindicam a fazenda Riachão para o assentamento imediato, mas também investimentos para o desenvolvimento, como políticas de educação, saúde, cultura e crédito.