Protestos marcam dia seguinte

Do Jornal do Brasil Inconformados com a aprovação do parecer que altera o código florestal Brasileiro, ambientalistas foram ao Congresso Nacional, ontem, para marcar posição contra o parecer que altera o código florestal Brasileiro, aprovado na comissão especial na última terça-feira (6). Munidos de caixões, cruzes e mudas de plantas, eles acusavam o texto de ser um retrocesso que põe em risco o meio ambiente e beneficia os grandes produtores rurais.


Do Jornal do Brasil

Inconformados com a aprovação do parecer que altera o código florestal Brasileiro, ambientalistas foram ao Congresso Nacional, ontem, para marcar posição contra o parecer que altera o código florestal Brasileiro, aprovado na comissão especial na última terça-feira (6).

Munidos de caixões, cruzes e mudas de plantas, eles acusavam o texto de ser um retrocesso que põe em risco o meio ambiente e beneficia os grandes produtores rurais.

As cruzes foram fincadas na grama, ao lado dos caixões (não-ecológicos) para o enterro simbólico do relatório elaborado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que, entre outras medidas, aprovou a moratória para multas aplicadas aos produtores fora da legalidade.

Mario Mantovani, diretor da SOS Mata Atlântica, que organizou a manifestação, fez duras críticas ao parecer. Para ele, o texto é uma insanidade. Mantovani defende a mudança de cultura entre os produtores, que na opinião dele, não devem ter os ambientalistas como inimigos.

Entre as principais críticas estão a redução do limite de proteção nas propriedades.

A distância entre as plantações e as margens dos rios caiu de 30 metros para 15 metros.

Mantovani também criticou o termo utilizado no relatório para as pequenas propriedades. Na opinião dele, apenas as propriedades caracterizadas como de agricultura familias poderiam se beneficiar com a não obrigatoriedade de recuperar áreas desmatadas.

O relatório não faz distinção entre os tipos de propriedades.

A candidata à Presidência pelo PV, Marina Silva, pensa em voltar ao Senado para tentar barrar a proposta. Para ela, o texto fere as garantias previstas na Constituição e é um desserviço tanto ao meio ambiente como aos produtores rurais.

O setor agrícola tem que lutar para aumentar a produção usando novas tecnologias argumenta.

O professor de engenharia florestal da UnB, Humberto Ângelo, acredita que o governo e não os produtores é que é o responsável pela preservação das florestas, já que se trata de um bem público.

Mas, lembra que a tragédia das enchentes que assolaram Alagoas e Pernambuco nas últimas semanas poderiam ter sido minimizadas caso as matas ciliares, que cercam os rios, tivessem sido conservadas