Seminário discute impactos do uso abusivo dos agrotóxicos no país

Por Vanessa Ramos Da Página do MST A Via Campesina, em parceria com a Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, promovem um seminário nacional contra o uso dos agrotóxicos, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP). Leia também Apresentação do engenheiro florestal Horácio Martins de Carvalho


Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

A Via Campesina, em parceria com a Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, promovem um seminário nacional contra o uso dos agrotóxicos, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP).

Leia também
Apresentação do engenheiro florestal Horácio Martins de Carvalho
Apresentação do diretor de Política Agrícola e Informações da Conab Silvio Porto
Apresentação da gerente de Normatização e Avaliação da Anvisa Leticia Rodrigues da Silva

Participam do seminário cerca de 90 pessoas, de 16 estados e do Distrito Federal, de mais de 20 organizações, movimentos sociais, entidades ambientalistas e organizações não-governamentais.

O Brasil ocupa o primeiro lugar na lista de países consumidores de agrotóxicos. Em 2009, o Brasil bateu recorde no consumo de agrotóxicos. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.

Na abertura da atividade, na manhã desta terça-feira (14/9), o dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) Frei Sérgio Görgen apresentou uma análise dos impactos da expansão do agronegócio para o ambiente e a saúde da população.

“Nós continuamos vivendo a Revolução Verde. No entanto, tudo é controlado pelas transnacionais, desde as sementes até as mercadorias nos supermercados”, disse.

Frei Sérgio avalia que está em curso no Brasil uma estratégia comum do grande capital e da burguesia agrária para reconfigurar o latifúndio no país.

O modelo de produção do agronegócio se sustenta no latifúndio, na mecanização pesada dos instrumentos de trabalho do campo, a dependência química e energética do petróleo (usado como combustível para as máquinas e para a produção dos agrotóxicos) e no uso de informática.

Esse investimento em tecnologia, no entanto, coloca nas mãos das empresas transnacionais o controle das sementes, que são “viciadas” em insumos e que só podem ser colhidas por máquinas.

“O aparecimento de pessoas com câncer nessas áreas [de grandes monoculturas do agronegócio] já é epidêmico”, alertou.

Frei Sérgio avalia também que agricultores perderam suas referências históricas e não acreditam mais que possam cultivar sem o uso de venenos. Com isso, aumentou no mundo todo o uso de agrotóxicos.