Entidades fazem ato em apoio aos Mapuche em Brasília

[img_assist|nid=10617|title=|desc=|link=none|align=center|width=640|height=427] Por Maíra Heinen Da Assessoria de Comunicação Cimi Nesta quarta-feira, 22 de setembro, representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina realizaram ato simbólico em frente à embaixada do Chile, no Brasil. Leia também


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Por Maíra Heinen
Da Assessoria de Comunicação Cimi

Nesta quarta-feira, 22 de setembro, representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina realizaram ato simbólico em frente à embaixada do Chile, no Brasil.

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O objetivo da manifestação foi protocolar um documento destas entidades relacionado à greve de fome de indígenas mapuche no país, que já dura mais de 60 dias e protestam contra a lei Antiterror.

Na embaixada, o grupo foi recebido por um dos conselheiros, Pedro González – de acordo com funcionários do local, o embaixador estava viajando. O conselheiro afirmou que não poderia fazer nenhum encaminhamento, mas declarou que o governo do Chile já está buscando formas para mudar a lei. “Estamos dialogando e esperamos que a situação se resolva o mais rápido possível”, afirmou o conselheiro. Ainda de acordo com González, o governo “vai resolver tudo pela via da legalidade”.

Documento

No documento entregue, as entidades manifestam total solidariedade ao Povo Mapuche e repudiam energicamente a aplicação da denominada Lei Antiterror, como instrumento para calar a voz dos movimentos sociais. “É inaceitável que, em um país que se denomina democrático, se criminalize as justas demandas do Povo Mapuche”, diz a carta.

As entidades finalizam o texto esperando “não ter que lamentar nenhuma perda de vidas humanas”.

Abaixo, leia a carta, destinada ao embaixador da República do Chile no Brasil, Jorge Montero Figueroa, e ao Cônsul Geral da República do Chile em São Paulo, Aldo Famolaro.

Por meio da presente carta, queremos fazer chegar a V.Sa., e por seus intermédio às autoridades competentes de seu país, a profunda preocupação que as organizações brasileiras subscritas abaixo temos pelo estado de saúde dos integrantes do Povo Mapuche, que levam adiante, há mais de 60 dias, uma greve de fome em protesto para que suas justas demandas sejam atendidas.

Também, manifestamos nosso total apoio e solidariedade ao Povo Mapuche, e repudiamos energicamente a contínua aplicação da denominada Lei Antiterror, como instrumento para calar a voz dos movimentos sociais. Práticas como essas eram muito comum em épocas ditatoriais e que de forma alguma queremos voltar a viver em nossos países.

É inaceitável que, em um país que se denomina democrático, se criminalize as justas demandas do Povo Mapuche. Em um país democrático, se garante plenamente o direito dos seus povos originários e a liberdade de expressão. O Estado chileno deve saldar a enorme dívida histórica que tem com este povo, que vem resistindo e enfrentando um verdadeiro genocídio étnico e cultural.

Estaremos atentos e esperando não ter de lamentar nenhuma perda de vidas humanas, nos despedimos atentamente,

Articulação Continental dos Movimentos Sociais da ALBA
Via Campesina – Brasil
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

(Foto: Cimi)