Bradesco briga por fazenda ocupada por trabalhadores

Do Valor Econômico Não são só fazendeiros e integrantes de movimentos como o MST que estão envolvidos em conflitos de terra no Sudeste do Pará. No município de Tucuruí, distante três horas de Marabá, o Banco Bradesco tenta fechar um acordo com um grupo de moradores urbanos que ocupou uma parte da Fazenda São Sebastião, de propriedade da instituição. O Bradesco ingressou na Vara Agrária de Marabá com uma ação de reintegração de posse. A juíza Cláudia Regina Moreira Favacho Moura tenta solucionar a disputa por meio de uma conciliação.


Do Valor Econômico

Não são só fazendeiros e integrantes de movimentos como o MST que estão envolvidos em conflitos de terra no Sudeste do Pará.

No município de Tucuruí, distante três horas de Marabá, o Banco Bradesco tenta fechar um acordo com um grupo de moradores urbanos que ocupou uma parte da Fazenda São Sebastião, de propriedade da instituição.

O Bradesco ingressou na Vara Agrária de Marabá com uma ação de reintegração de posse. A juíza Cláudia Regina Moreira Favacho Moura tenta solucionar a disputa por meio de uma conciliação.

A Fazenda São Sebastião foi arrematada em um leilão pelo banco em 2008. Até março de 2009, a área era ocupada por uma imobiliária. Dias após a saída da empresa, a propriedade foi invadida. Hoje, há 450 famílias no local.

Uma solução para o problema, segunda a juíza Cláudia Moura, seria a venda de lotes para os moradores. De acordo com a proposta, a Justiça fixaria o valor dos lotes, em três faixas distintas, conforme a localização do imóvel, que poderia ser pago em prestações mensais.

“Se eu deixar para o banco fixar um valor, ficará muito caro. Se eu deixar para as famílias, o preço será muito baixo”, diz a juíza, ao lembrar que um acordo será benéfico para os dois lados.

A magistrada diz que recentemente fechou um acordo nos mesmos moldes com uma empresa e moradores do município de Eldorado dos Carajás.

Os valores ainda não foram propostos pelo Judiciário, o que será feito a partir de visitas no local com peritos do Incra. Por enquanto, as negociações são prematuras e longe de uma solução.

“Não podemos fazer a cobrança individualizada, até porque o banco não tem serviço de corretagem. Vamos ouvir a proposta, mas a situação é muito difícil”, diz Carlos Rodrigues Vieira, gerente do Bradesco da agência de Tucuruí.

“Ninguém sabia que o lote era do Bradesco”, afirma Jaírson Barrata de Neves, representante da associação de moradores que ocupou o local. De acordo com ele, todas as famílias que vivem lá são de baixa renda.