Pistoleiros ameaçam famílias Sem Terra em Alagoas

 

Por Rafael Soriano
Da Página do MST


Por volta da 1h40 da manhã desta quinta-feira (09/12), 100 famílias de agricultores organizados pelo MST foram surpreendidas por cerca de 20 pistoleiros armados com metralhadora, pistola e revólveres, na Zona Rural de Cacimbinhas (a 175 km de Maceió).

 

Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Por volta da 1h40 da manhã desta quinta-feira (09/12), 100 famílias de agricultores organizados pelo MST foram surpreendidas por cerca de 20 pistoleiros armados com metralhadora, pistola e revólveres, na Zona Rural de Cacimbinhas (a 175 km de Maceió).

Os pistoleiros chegaram em vários carros ameaçando os militantes, em uma área conhecida como “Fazenda da Milu”, foi ocupada ontem pelas famílias Sem Terra. Além dos carros, uma ambulância do município de Cacimbinhas chegou transportando os jagunços armados.

O Movimento já apresentou a denúncia a entidades de direitos humanos, para evitar um conflito na região, uma vez que as famílias estão em luta por seus direitos fundamentais e não podem ser criminalizadas.

Dados da CPT apontam que entre 2009 e junho de 2010 foram 20 assassinatos de lideranças camponesas e 96 ameaças de morte, prova do estágio atual de criminalização de famílias que se mantém em luta pelo direito à terra.

A luta pela Reforma Agrária é uma demanda da sociedade, graças à manutenção de um modelo agrícola baseado no latifúndio e no esgotamento dos recursos naturais, apesar da chegada da industrialização no campo brasileiro desde a década de 1950.

A chegada das indústrias de venenos e de maquinário agrícola no campo foi a principal responsável pelo ciclo de concentração de terras e expulsão dos trabalhadores das áreas rurais para as favelas na cidade.

Desde a década de 1980, com a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a política de reforma agrária é responsabilidade do Estado brasileiro.

Entretanto, a falta de estrutura e orçamento para realizar as desapropriações de latifúndios que não cumpram sua função social (produtividade, respeito às leis trabalhistas e ambientais) tem sido uma barreira ao assentamento das cerca de 90 mil famílias de todo o país, que acampam na luta pela terra para plantar e produzir alimentos.