I Semana Pedagógica das Escolas do Campo do Ceará


Por Marcelo Matos
Da Página do MST

 

Mais de 100 educadores estão reunidos na escola do campo João dos Santos de Oliveira, também conhecida como João Sem Terra, localizada no assentamento 25 de Maio, em Madalena, no Ceará, para a realização da I Semana Pedagógica das Escolas do Campo.

 

Por Marcelo Matos
Da Página do MST

 

Mais de 100 educadores estão reunidos na escola do campo João dos Santos de Oliveira, também conhecida como João Sem Terra, localizada no assentamento 25 de Maio, em Madalena, no Ceará, para a realização da I Semana Pedagógica das Escolas do Campo.

 

As escolas do campo do Ceará foram conquistadas em 2009, durante uma grande ocupação no palácio do governo estadual. Através da pressão dos trabalhadores, o então governador Cid Gomes, reeleito na eleição do ano passado, se comprometeu em atender a pauta de reivindicação para construir 11 escolas de nível médio nas áreas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do estado.

 

Sendo assim, a I Semana conta com a participação do quadro de educadores das quatro primeiras escolas já construídas, que são: escola João Sem Terra (localizada no assentamento 25 de Maio, em Madalena-CE); escola Florestan Fernandes (localizada no assentamento Santana, em Monsenhor Taboza-CE); escola Nazaré Flor (localizada no assentamento Maceió, em Itapipoca–CE); e escola Francisco Barros (localizada no assentamento Lagoa do Mineiro, em Itarema-CE).

 

“As escolas do Campo, são escolas em luta e em movimento”, afirma Maria de Jesus, da Direção Estadual do MST-CE. Para ela, a diferença da semana pedagógica das escolas do campo para a de outras escolas é que, além dos educadores participarem, os alunos de cada escola também participam da construção do evento.

 

A realização da I Semana Pedagógica das Escolas do Campo é uma parceria entre o MST e a Secretaria Estadual da Educação do Estado do Ceará – Seduc. Na solenidade de abertura, estavam presentes além de representantes da secretaria, a coordenadora Regional de Desenvolvimento da Educação – Crede 12 – de Quixadá, Joyce costa Gomes, e a Coordenadora Nacional de Educação do MST, Antonia Vanderlúcia.

 

“A semana pedagógica vai dar uma base para a construção de todo esse debate sobre a educação do Campo”, diz Vanderlúcia.

 

A coordenadora da Crede 12 parabenizou todos os presentes pelo momento que definiu como glorioso, e acrescentou: “a educação do Campo é algo que apaixona. Espero que a gente possa aproveitar o máximo esse espaço de estudo.”

 

Sandra Gadelha, professora de Educação Popular, na Universidade Estadual do Ceará – UECE, durante o evento, falou sobre a base legal da educação do Campo, além da importância na preparação de professores capacitados para assumir as escolas do campo. “Nós não temos professores preparados nas universidades para assumir esses desafios na área da educação do Campo. É preciso muito estudo”, ressaltou.

 

Apesar disso, a professora vê com muito entusiasmo a realização dessa preparação. “É uma iniciativa e um desafio muito grande construir essa proposta diferenciada, principalmente porque ela confronta o agronegócio”, diz.

 

O evento, que começou na última segunda-feira (17/1), irá até o dia 21de janeiro. Ainda durante a semana, vários temas serão debatidos, entre eles: a Proposta de Projetos Políticos e o Projeto Pedagógico para as Escolas e do Campo.