Assentados exigem fornecimento de água no RS

Por Raquel Casiraghi

Da Página do MST

Por Raquel Casiraghi

Da Página do MST

Assentados da cidade de Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, ocuparam na tarde de quarta-feira (9/2) o prédio da prefeitura municipal. Eles exigem que a prefeitura e a Defesa Civil gaúcha tomem medidas imediatas para amenizar a falta de água devido à estiagem.

Cerca de 60 assentados entraram, no início da tarde, nas dependências da prefeitura. Perto do final da tarde, os agricultores conseguiram se reunir com representantes da prefeitura e da Defesa Civil gaúcha. Foram acordadas medidas emergenciais, como a instalação de um reservatório de água e distribuição de cestas básicas, já que as famílias perderam boa parte de suas lavouras, inclusive as de subsistência.

A prefeitura e a Defesa Civil também aceitaram a proposta dos assentados, de montar uma Comissão da Seca para, junto com as famílias, traçar um plano de trabalho a fim de evitar perdas com a estiagem. Entre as medidas a serem estudadas, está a construção de mais poços artesianos e a implementação de uma rede entre os poços já existentes. Os assentados também irão convidar o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para integrar o grupo. Nesta sexta-feira (11), representantes da comissão irão visitar os assentamentos para fazer um levantamento das necessidades dos agricultores.   

Falta de água potável afeta principalmente crianças

Foto: Jornal A Platéia.

Nas garrafas, a pouca água retirada de açudes da região

Na parte da manhã, os agricultores já tinham realizado atividades nos assentamentos Banhado Grande e Dom Camilo, para denunciar a falta de água. Oito assentamentos da região estão em situação mais crítica, sem água potável para beber. Segundo informações de lideranças, 28 crianças já foram registradas com vômito e diarreia devido à má qualidade da água que retiram de um açude perto de um dos assentamentos.

A estiagem e a demora do atendimento por parte dos governos também afeta diretamente a produção dos assentados. Somente nos dez assentamentos mais afetados na região, a produção de leite caiu 50% e os agricultores perderam cerca de 80% do cultivo do arroz.