Mulheres do MST no Pará colocam bloco de carnaval na rua

 

 

Por João Márcio
Da Página do MST

*“Vai em frente mulher, companheira, segue sempre
o teu caminhar deixando para traz as mazelas rotineiras
para um novo tempo alcançar”…

Sirlene  Ferraz Da Luz (Cici)
*Trecho do Samba que será cantado pelas mulheres do Pará

Com o tema, “O Grito das mulheres pela vida e contra o agronegócio na Amazonas”, as militantes no Pará preparam uma grande festa na região sul e sudeste para o dia internacional da mulher, que cairá justamente no dia 08 de março, carnaval.

O nome do bloco, batizado de Guerreiras do Araguaia, traz à tona a historicidade de uma região marcada pela resistência feminina, desde Helenira Rezende e Dina Teixeira, que lutaram na Guerrilha do Araguaia, até as ações camponesas travadas na década de 70 aos dias atuais, com as militantes do MST no Pará.

“Aproveitaremos o ensejo para botar nosso bloco das militantes do Pará na rua”, diz Maria Raimunda, dirigente estadual. “As mulheres no Pará sempre participaram de ocupações, mobilizações e decisões políticas no MST”, enfatiza Maria Raimunda.

Como ocorreu na ocupação da Fazenda Rio Vermelho, de umas das famílias de latifundiários do Sul do Pará, os Quagliato, justamente no dia 8 de março de 2006, com a participação efetiva das mulheres, que fizeram uma marcha até o local, no município de Sapucaia.
 
Ou como relembra Maria Raimunda, o acampamento Helenira Rezende, em Canaã dos Carajás, que foi consolidado por uma brigada feminina que “organizou as famílias, o espaço e montou os barracos provisórios”.

Assim, do dia 5 ao dia 8 de março, nas ruas do Pará, as marcas resistentes dessas mulheres serão entoadas pelos muitos sambas e marchinhas que falam sobre a história e os temas centrais que as oprime nos dias de hoje na região.