Sem Terra recebem ameaças no Sul de Minas Gerais

 

Nota à imprensa

Da Página do MST


Dirigentes e famílias acampadas do MST estão sendo ameaçados de morte por fazendeiros e pistoleiros, em Campo do Meio no Sul de Minas Gerais.

 

Nota à imprensa

Da Página do MST

Dirigentes e famílias acampadas do MST estão sendo ameaçados de morte por fazendeiros e pistoleiros, em Campo do Meio no Sul de Minas Gerais.

As ameaças começaram após a ocupação na sede da ex-Usina Ariadnópolis, por cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, na última segunda-feira, (21). Vários dirigentes do MST na região começaram a receber ameaças de morte dos supostos donos da terra. Cerca de 180 famílias acampadas na área da ex-Usina também vêm sofrendo ameaças de pistoleiros, que durante à noite realizam rondas em volta do acampamento.

Na segunda-feira, segundo o portal Vermelho, o vereador do PCdoB, Camilo de Lelis Fernandes, de Campo do Meio, também foi ameaçado de morte pelo fazendeiro Jovane Filho de Souza Moreira e dois comparsas. Armado, o fazendeiro entrou na frente do carro do vereador e na presença de várias testemunhas, disse: “você vai morrer agora porque o seu povo invadiu a Usina do meu pai”.

Nesta quinta-feira, (24), o conflito se acirrou, quando os supostos donos da terra e administradores deixaram o local e com a chegada da polícia, em seguida. O MST já fez várias denúncias junto a Ouvidoria Agrária do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e aos órgãos de segurança pública do estado, alertando que existe risco eminente de massacre na região, como o que aconteceu em Felisburgo, em 2004, quando um fazendeiro e seus jagunços assassinaram cinco trabalhadores rurais Sem Terra.

Os trabalhadores exigem a desapropriação imediata da antiga Usina, para resolver o conflito que se arrasta há 14 anos. O impasse só será solucionado quando o local for destinada à Reforma Agrária.

A área está com o processo bloqueado há anos no Incra e no poder judiciário. No local já aconteceram seis despejos e há onze acampamentos, com 180 famílias resistindo até o momento. Na luta, juntamente com o MST também estão famílias de trabalhadores da antiga Usina, que cobram a desapropriação das terras como única forma de receber as dívidas trabalhistas não pagas pelo antigo engenho.

O Sem Terra denunciam ainda a estagnação da Reforma Agrária e o sucateamento do Incra em Minas Gerais. A paralisia em que se encontra a Reforma Agrária é prova da displicência do Estado, que deveria se responsabilizar pelos conflitos e resolvê-los. O caso da usina é mais um de tantos, que comprovam o atrelamento e a conivência do poder público com o latifúndio, a miséria e a injustiça.

Direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais