“Precisamos de desapropriações por interesse social em AL”

 

Da Página do MST

 

Veja entrevista de Débora Nunes, dirigente do MST em Alagoas, ao programa "Quero Ver", da CUT de Alagoas. Na entrevista, Débora comenta a audiência do MST com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), realizada em fevereiro, depois da construção de um acampamento com 2.000 trabalhadores rurais de Maceió.

 

Abaixo, leia os principais trechos.

 

Da Página do MST

 

Veja entrevista de Débora Nunes, dirigente do MST em Alagoas, ao programa “Quero Ver”, da CUT de Alagoas. Na entrevista, Débora comenta a audiência do MST com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), realizada em fevereiro, depois da construção de um acampamento com 2.000 trabalhadores rurais de Maceió.

 

Abaixo, leia os principais trechos.

“Discutimos a questão das reintegrações de posse em Alagoas. Só neste ano tivemos mais de 1200 famílias despejadas. A forma como essas reintegrações estão acontecendo, com o uso excessivo da força policial, foi o tema motivador dessa reunião.

“A reunião teve uma série de desdobramentos, como a criação de um comitê estadual, que vai ter diversos órgãos, como o governo do Estado, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Incra e os movimentos sociais para discutir a questão da terra e buscar soluções concretas e eficazes para a Reforma Agrária em Alagoas.

“Essa reunião é fruto de uma mobilização. Mais de 2 mil trabalhadores ligados a quatro movimentos de luta pela terra estiveram em Maceió para denunciar a forma como as reintegrações de posse vinham acontecendo, principalmente no inicio do ano. Além disso, dialogamos com a sociedade sobre a necessidade e importância de fazer a Reforma Agrária.

“Com o governo do estado, tratamos dos aspectos gerais, do papel que deve cumprir a Reforma Agrária. Não só no aspecto social, mas o aspecto econômico e politico que deve cumprir a Reforma Agrária num estado como o nosso com características próprias, como a monocultura, do monopólio da terra e índices sociais.

“O primeiro ponto – que é estrutural e estruturante – é o mapeamento fundiário de Alagoas. Nesse mapeamento, conseguiríamos ter o levantamento das terras públicas, das terras devolutas e das terras griladas, que são terras potenciais para o assentamento das famílias no nosso estado.

“O outro ponto é a necessidade de uma articulação política mais ampla. O governo do estado cumpre um papel importante, de articular junto ao governo federal, ao Ministério do Desenvolvimento e à bancada federal de Alagoas para que se viabilize as condições de fazer a Reforma Agrária, com a disponibilidade de recursos, de pessoal e estrutura junto ao Incra para se realizar as desapropriações e aquisições de terras em Alagoas.

“Também cobramos o governo do estado as desapropriações de interesse social, principalmente das áreas emblemáticas. Temos clareza que não serão desapropriadas todas as terras por interesse social, para resolver todas as questões. Mas há questões emblemáticas: famílias estão acampadas há 13 anos no município de Atalaia. Imagine o que ficar durante 13 anos com a expectativa de resolver um problema estrutural das famílias que vivem ali.

“O estado tem que se comprometer a desapropriar por função social. Isso é feito quando o estado tem interesse em fazer uma rodovia ou uma duplicação. Então, por que não fazer quando é de interesse social resolver os problemas de famílias acampadas?”