MST faz primeira ocupação na jornada de lutas no Pontal

 

 

 
Por Maria Aparecida
Da Página  do MST
 
 
Cerca de 280 famílias ocuparam a Fazenda São Domingos I, no município de Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, na manhã desta sexta-feira.
 
A ocupação tem como principais reivindicações a criação de um projeto de assentamento na área e o assentamento imediato das mais de 100 mil famílias acampadas em todo território nacional.
 
A fazenda foi considerada devoluta e deve ser destinada à Reforma Agrária, mas uma disputa vem adiando a criação do assentamento. 
 
“A área foi requerida tanto pelo governo do Estado de São Paulo como pelo governo federal. Isso fez com que o processo ficasse parado por mais de 14 anos”, relata Ricardo Barbosa, da Direção Estadual do MST.
 
“Hoje esse processo ameaça andar. Por isso ocupamos novamente. Vamos ficar de olho para que seja destinada à Reforma Agrária”, avisa.
 
Essa é a primeira ocupação do MST na região do Pontal, dentro da Jornada Nacional de Lutas de 2011. As ações realizadas no final de semana passado não tinham nenhum envolvimento nem participação do Movimento.
 
“A nossa jornada no Pontal está começando agora, dentro do conjunto de ações organizadas a nível nacional e discutidas coletivamente pela militância do MST. Temos uma pauta específica de reivindicação com o governo”, afirma Barbosa.
 
A ocupação da Fazenda São Domingos I é um marco na história da luta pela terra no Estado de São Paulo, por já ter sido palco de conflitos entre proprietários e acampados, que resultou numa companheira do MST baleada no pulmão. 
 
O fato aconteceu em 23 de fevereiro de 1997, quando da primeira ocupação da fazenda, no momento em que as famílias reivindicavam o seu direito a um pedaço de terra.
 
Além disso, as famílias reivindicam infraestruturas nas áreas de assentamentos (garantia de créditos para produção, moradia, encanação de água potável), renegociação das dívidas das famílias assentadas.
 
Além disso, garantia de construção e implementação de projetos sociais, como a construção de escolas do campo, o não fechamento daquelas que já existem, transporte escolar de qualidade, implantação de sistemas de saúde e postos de atendimento nas áreas de assentamento, entre outros.