“Ruralistas querem impor o relatório”, afirma líder do PT

 

Por Dayanne Sousa
Do
Terra Magazine

 

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Depois de um dia inteiro de negociações, não houve acordo entre líderes da base governista na Câmara e o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para votar o novo Código Florestal. Para o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), “os ruralistas querem impor ao governo o relatório”. O líder reforça o entendimento do governo de que as exigências ruralistas implicam na perda de áreas verdes que poderiam ser recuperadas.

– O Aldo prometeu um “bônus”, liberando de recuperação de reserva legal todos os agricultores com propriedades de até quatro módulos. Esse bônus representa a perda de áreas recuperáveis. A agricultura não quer abrir mão delas, mas deveria recuperar.

A votação foi remarcada para a próxima terça-feira (10). Teixeira sustenta, porém, que a data pode ser adiada novamente se o relator Aldo Rebelo não ceder às propostas do governo. “Passar uma proposta que não seja consensual é muito difícil, o governo não vai aceitar”.

Divergências

Nesta quarta-feira (4), houve uma série de reuniões com líderes do governo na tentativa de que o novo relatório do Código Florestal fosse votado no mesmo dia. Dois aspectos do relatório de Aldo Rebelo incomodam o Planalto, mas até o momento o parlamentar se recusa a ceder.

A principal divergência está no fato de a proposta de Aldo desobrigar propriedades de até quatro módulos (o que, na Amazônia, significa 400 hectares) do dever de recompor parte de áreas que foram desmatadas.

“Essa questão dos quatro módulos representa, sozinha, 70 milhões de hectares de terra”, contesta o deputado Ivan Valente (Psol-SP). O partido já declarou que será contra a proposta, mesmo que as exigências governistas sejam alcançadas. “Achamos que já há flexibilizações demais na proposta do Código, o governo já cedeu muito”, contesta Valente.

O direcionamento que tomar a bancada governista é fundamental para a aprovação ou não do projeto, por isso o esforço para chegar a um consenso. Em oposição, apenas o Psol e o PV têm sido mais duros com o relatório de Aldo Rebelo.