Pequenos agricultores fazem mobilização por renegociação de dívidas rurais

Trabalhadores rurais fazem marcha pelas ruas de Florianópolis, em Santa Catarina

 

Por Bianca Costa e Pepe Pereira dos Santos
Da Página do MST*


Movimentos sociais que integram a Via Campesina, juntamente com a Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) e a Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul), realizam uma série de mobilizações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina nesta quarta-feira (29/6).

Trabalhadores rurais fazem marcha pelas ruas de Florianópolis, em Santa Catarina

 

Por Bianca Costa e Pepe Pereira dos Santos
Da Página do MST*

Movimentos sociais que integram a Via Campesina, juntamente com a Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) e a Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul), realizam uma série de mobilizações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina nesta quarta-feira (29/6).

As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas pela renegociação das dívidas da agricultura familiar com o governo federal.

Leia também
Pequenos agricultores exigem renegociação de dívidas

Em Porto Alegre, mais de 1.000 trabalhadores e trabalhadoras ocuparam os prédios do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (foto à esquerda).

Os trabalhadores encerraram essas ocupações no começo da tarde, depois de uma reunião com o governo federal.
 
No encontro com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ficou acordado que todas as dívidas de investimentos das safras anteriores ao período 2009-2010 serão prorrogadas por 60 dias.

Durante esse período, o governo deve apresentar uma proposta definitiva para o endividamento das famílias. Além disso, os pequenos agricultores que estão nesta situação poderão acessar o Plano Safra, que será lançado pelo governo federal no dia 1º de julho.

Os movimentos do campos avaliam que essas medidas representam um avanço, mas não significam o fim das ações. No período de 60 dias, os agricultores e agricultoras continuarão mobilizados.

Em Florianópolis, 150 famílias MST e do MAB ocuparam a superintendência do Incra e fazem uma audiência na busca de negociação dos pontos da pauta apresentada ao governo federal (foto abaixo). Em Santa Catarina, sedes do Incra foram ocupadas também em Chapecó, Abelardo Luz e Anita Garbaldi.

Interior

No Rio Grande do Sul, mais de 20 mil trabalhadores rurais realizam manifestações em Vacaria, Erechim, Irai e Canguçu e Constantina.

Em Santa Catarina, as ações acontecem em Anita Garibaldi, Chapecó, Concórdia, Campo Erê e São Carlos.

As lutas refletem a necessidade da renegociação das dívidas com o governo federal, pois muitas famílias não conseguem mais acessar o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) em função da inadimplência.

Somente no Rio Grande do Sul, os pequenos agricultores somam R$ 5 bilhões em dívidas vencidas ou que estão por vencer. Já no Brasil, o valor chega a R$ 30 bilhões.

A situação é preocupante, pois a agricultura familiar é responsável por 70% do alimento que chega à mesa do brasileiro.

 Camponeses ocupam o pátio do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Porto Alegre

 

*Fotos das mobilizações no RS – Leandro Silva