Deputado critica permissão a comercialização de agrotóxico

 

 

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) criticou hoje (7), em plenário, decisão do juiz federal, Bruno Bandeira, de Brasília, que concedeu esta semana liminar à empresa Fersol, permitindo a comercialização e produção do inseticida metamidofós, utilizado nas lavouras, e que teve o uso proibido nos Estados Unidos, China e na Europa.

“Não podemos deixar de repudiar a ação da Justiça ao desconsiderar as condições de uso destes venenos, que hoje são impostos pelo agronegócio para a manutenção do latifúndio, à revelia dos impactos à saúde humana e para o meio ambiente”, disse Valmir Assunção.

A liminar contraria portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determinou que a produção do produto deveria ser cessada no dia 31 de julho deste ano, mas sua comercialização poderia ser estendida até no máximo o fim de 2011. Segundo estudos da Anvisa, o inseticida ataca o sistema endócrino e reprodutor dos seres humanos, além de ser prejudicial para o desenvolvimento embriofetal.

São casos como esse, acrescentou Valmir Assunção, que faz do Brasil campeão em consumo de agrotóxico. “Em 2009, foi responsável por 16% do consumo mundial e, na América Latina, por 84% do consumo de agrotóxicos. Por isso, a agricultura brasileira está em um processo cada vez maior de envenenamento dos seus produtos. Só para dar uma ideia, a expansão do uso de agrotóxicos no Brasil foi em torno de 176%, enquanto a média mundial foi de 45%”, explicou o parlamentar petista.

Ainda de acordo com Valmir Assunção um documento com mais de três mil assinaturas já foi encaminhado à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, exigindo a queda imediata da liminar e a proibição do veneno metamidofós no Brasil.