Ato na CNBB pede justiça e ética na aprovação do novo Código Floresta

 

 

 

 

Do Boletim da CNBB

Representantes de diversas entidades da sociedade civil, ligadas a preservação do meio ambiente, das florestas, dos biomas, e também, os interessados com a configuração do texto do novo Código Florestal, que tramita no Senado, estiveram presentes.

A Presidência da CNBB, juntamente com vários outros bispos e religiosos, que participam da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), participaram do ato. O presidente da CNBB, cardeal arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis, deu as boas vindas aos presentes. Segundo o cardeal, a CNBB está acompanhando atenta o trâmite do Código Florestal no Senado. “Queremos que este Código esteja em sintonia com as necessidades dos pequenos agricultores”, afirmou.

O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, recém-nomeado para bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília destacou, em seu pronunciamento, a necessidade de que o novo Código Florestal esteja adequado para as gerações futuras. “O Código deve ser pensado para além de nossa geração, mas para as gerações futuras. Ele [o código] deve ser justo, ético e feito para nossos filhos e netos”, ressaltou.

Dom Leonardo citou algumas iniciativas que devem estar presentes no texto do novo Código Florestal. Segundo o secretário geral, o Código deve garantir, efetivamente, a conservação e o uso sustentável das florestas, em todos os biomas brasileiros; trate de forma diferenciada e digna agricultores familiares e populações tradicionais; considere o avanço da ciência; garanta a recuperação florestal das áreas ilegalmente desmatadas; reconheça e valorize quem promove o uso sustentável; contribua para evitar desastres ambientais; combata a cultura da impunidade; ajude a garantir água de boa qualidade para as cidades, e por fim, acabe de vez com o desmatamento ilegal.

“Nós, da CNBB, já discutimos longamente sobre esse novo Código, mas é importante que os senadores sintam a presença e a preocupação do povo brasileiro. Não queremos sobreviver, mas sim, viver de forma equilibrada”, disse dom Leonardo Steiner.

Segundo dom Leonardo, o plantio do Ipê Branco é simbólico. “O Ipê Branco quer ser um símbolo de vida e de paz, e só os teremos com valor e ética”.

Defesa da Floresta

Desde ontem, 20, está acontecendo por meio da Rede Mundial de Computadores, uma maratona nacional em defesa das florestas. Durante três dias (20, 21 e 22), 27 milhões de internautas já citaram, por diversas redes sociais (Twitter, Facebook e Blogs), a hashtag #florestafazadiferenca. Por meio do site homônimo (www.florestafazadiferenca.org.br), os internautas podem assinar petições e abaixo-assinados em que serão enviados aos Senadores, pedindo alterações no texto do novo Código Florestal.

O secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Gontijo, afirmou que o ato de hoje marcou a posse da CBJP na secretaria operativa do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável.

“Daremos uma contribuição em vários servições e setores do Comitê, como na articulação, comunicação e no recolhimento de assinaturas”, disse Pedro Gontijo, que explicou ainda a importância da participação da CNBB no ato. “A participação da CNBB é fundamental para o engajamento social nesta causa. É um reforço e tanto para a credibilidade do trabalho do Comitê”.

O Comitê

O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é uma coalizão formada por 140 organizações da sociedade civil brasileira contrárias ao PLC 30/2011 aprovado pela Câmara dos Deputados. Lançado em 07 de junho de 2011, o Comitê pretende mobilizar os brasileiros a manifestarem sua discordância e com isso, sensibilizar os senadores para a aprovação de uma lei mais justa com os pequenos proprietários de terra.

O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é coordenado por: Amazônia Para Sempre; ABONG; CNBB; Coalizão SOS Floresta (Amigos da Terra – Amazônia; APREMAVI; FLORESPI; Fundação Grupo Boticário; Greenpeace; ICV; IMAFLORA; IPAM; ISA; SOS Mata; Atlantica; WWF Brasil; Sociedade Chauá SPVS); Comissão Brasileira Justiça e Paz – CBJP; CNS; Comitê Inter-Tribal; CONIC; CUT; FETRAF; FNRU; FASE; FBOMS; FETRAF; Forum de Mudança Climática e Justiça Social; Fórum ex-Ministros Meio Ambiente; GTA; IDS; INESC; Instituto Ethos; Jubileu SUL; OAB; Rede Cerrado; Rede Mata Atlântica; REJUMA; Via Campesina (ABEEF, CIMI, CPT, FEAB, MAB, MMC, MST, MPA, MPP e PJR).