MST denuncia fechamento de escolas do campo em audiência pública no Senado
Por Gisele Barbieri
Especial para a Página do MST
O integrante da Coordenação do Coletivo de Juventude do MST, Antônio Neto, cobrou políticas públicas específicas para a juventude do campo em áreas como educação, saúde, mercado de trabalho e cultura, em audiência pública no Senado, convocada pelo Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), nesta terça-feira.
Por Gisele Barbieri
Especial para a Página do MST
O integrante da Coordenação do Coletivo de Juventude do MST, Antônio Neto, cobrou políticas públicas específicas para a juventude do campo em áreas como educação, saúde, mercado de trabalho e cultura, em audiência pública no Senado, convocada pelo Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), nesta terça-feira.
“O Brasil tem 18% da população no campo e, mesmo assim, nos últimos 10 anos foram fechadas 37 mil escolas no campo. Isso contribui para que esses jovens migrem para a cidade”, denunciou Neto.
De acordo com ele, políticas voltadas para a juventude do campo são importantes para criar oportunidades e evitar a migração dos jovens camponeses para as cidades, com o esvaziamento do meio rural causado com a consolidação do agronegócio.
Neto reconheceu os avanços para a juventude brasileira no Projeto de Lei da Câmara 98/2011, conhecido como o Estatuto da Juventude, como a questão da meia-entrada para estudantes e o respeito à diversidade sexual.
Porém, ele destacou que é fundamental que o Estado se preocupe com políticas específicas para a juventude do campo. Ele criticou a ausência de artigos no estatuto que tratem em específico de temas para a juventude camponesa.
Ele cobrou também fiscalização para garantir o direito a meia-entrada não apenas na cidade, mas também nas comunidades rurais onde esse direito não é respeitado.
A deputada federal Manuel D´ávila (PCdoB-RS) ressaltou que o projeto é resultado de um debate profundo entre diversos segmentos de juventude, mas tem seus limites por lidar com a pluralidade da juventude.
Participaram também da audiência Severine Macedo, secretária nacional de juventude da Presidência da República, Gabriel Medina, o presidente do Conselho Nacional de Juventude e o cantor Leoni, representando o Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música.
Adiamento
A votação do relatório de Randolfe ao projeto de lei da Câmara, que estava marcado para esta quarta-feira (23), foi adiada para aperfeiçoar o texto, incluindo propostas ausentes para contemplar o conjunto dos setores envolvidos.
A proposta do senador é de que essa votação ocorra no dia 7 de dezembro. O relator da proposta, representantes do MST, da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), a Secretaria Nacional de Juventude da presidência da república e o Grupo de Ação Parlamentar Pro Musica (GAP) avaliaram que é necessário mais tempo para discutir a proposta do estatuto.
O senador Randolfe Rodrigues é favorável à manutenção do texto encaminhado pela Câmara de Deputados, mas avalia que é necessário um amplo consenso entre governo, artistas e setores da juventude para garantir a aprovação do projeto e a sanção da presidenta Dilma Rousseff.