Homenagem ao diretor de teatro Augusto Boal

 

Por Leandro Carrasco
Da Página do MST



O MST e a Escola Nacional Florestan Fernandes fizeram uma homenagem a Augusto Boal, fundador do Teatro do Oprimido e uma das maiores figuras do teatro contemporâneo internacional, no dia 19 de novembro, em Guararema (SP).

A viúva do dramaturgo Cecília Boal e seu filho Julian Boal receberam do MST um quadro e plantaram uma árvore na ENFF em memória do ensaísta brasileiro, em atividade com a participação de 100 pessoas.

 

Por Leandro Carrasco
Da Página do MST

O MST e a Escola Nacional Florestan Fernandes fizeram uma homenagem a Augusto Boal, fundador do Teatro do Oprimido e uma das maiores figuras do teatro contemporâneo internacional, no dia 19 de novembro, em Guararema (SP).

A viúva do dramaturgo Cecília Boal e seu filho Julian Boal receberam do MST um quadro e plantaram uma árvore na ENFF em memória do ensaísta brasileiro, em atividade com a participação de 100 pessoas.

Em carta divulgada depois da morte de Boal, o MST dizia que “o teatro mundial perdeu um mestre, o Brasil perdeu um lutador, e o MST um companheiro”.

A cerimônia aconteceu logo após o ciclo de debates, que acontece todos os sábados na escola, na qual o tema foi a trajetória de Boal e, por isso, seus familiares estavam presentes.

O dirigente do MST, João Pedro Stedile, falou da importância do diretor de teatro, para a esquerda brasileira e para a criação da Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré, em 2001, junto com o Centro do Teatro do Oprimido.

Em tom emocionado, Cecília Boal agradeceu e disse que aquele havia sido um dos mais bonitos tributos que seu companheiro havia recebido. Ainda foi feita a leitura da carta publicada pelo MST em 2009, logo após a morte do ensaísta.

A psicanalista Maria Rita Kehl afirmou que a paineira que fora plantada em  memória de Boal era bastante significativa, já que em sua base possui espinhos, mas no topo tem uma copa vistosa e macia, metaforizando com a figura do diretor de teatro.

Trajetória

Augusto Boal nasceu no subúrbio da Penha, Rio de Janeiro, em 1931. Formou em Engenharia pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, onde também já escrevia peças teatrais paralelamente.

Na década de 50, estuda dramaturgia na School of Dramatics Arts, em Nova York. Ao regressar ao Brasil, passa a integrar o Teatro de Arena de São Paulo, importante companhia da época. Dirige peças clássicas como “Opinião” e “Chapetuba Futebol Clube”.

Com a decretação do Ato Institucional nº 5, em fins de 1968, o Arena viaja para fora do país, excursionando, entre 1969 e 1970 pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Boal escreve e dirige Arena Conta Bolívar.

Em 1971, Boal é preso e torturado. Na sequência, decide deixar o país, com destino à Argentina, terra de sua esposa.

Boal visita o Brasil em 1979, para ministrar um curso no Rio de Janeiro, retornando, no ano seguinte, juntamente com seu grupo francês, para apresentar o Teatro do Oprimido, já consagrado em muitos países. Em 1981, promove o I Festival Internacional de Teatro do Oprimido.

Augusto Boal foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008, em virtude de seu trabalho com o Teatro do Oprimido. Em março de 2009, foi nomeado pela Unesco embaixador mundial do teatro.

No dia 2 de maio de 2009, o dramaturgo falece no Rio de Janeiro, aos 78 anos, devido a uma leucemia.