MST ocupa Prefeitura da cidade de Penedo, em Alagoas


 

 

Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Um grupo de 50 agricultores do assentamento Novo Horizonte ocupou na manhã desta quarta-feira (30) a Prefeitura Municipal de Penedo (a 173 km de Maceió). Os trabalhadores organizados do MST se deslocaram até a sede do poder municipal para cobrar medidas de estruturação do assentamento, saúde e educação, integrando todas as esferas na execução da política de Reforma Agrária.

Houve tentativa de impedimento da ocupação do prédio, mas os Sem Terra conseguiram entrar. A polícia foi chamada, contudo desistiu de intervir ao ver a pauta dos trabalhadores. O grupo estava exigindo a construção de um anexo da Unidade de Saúde da Família no assentamento, a construção de uma escola de nivel infantil e fundamental, a construção da estrada que leva à área, a estruturação da rede de energia e o abastecimento de água do local.

Recebidos pelo Chefe de Gabinete do Prefeito, Antônio Nelson Filho, e outros assessores (já que o Prefeito estava em cerimônia de entrega de casas no município), os camponeses ouviram tanto promessas de longo prazo quanto planejamento de pronto atendimento de suas reivindicações. No quesito saúde rural, a Prefeitura se comprometeu com a garantia de suporte com um carro conduzindo os usuários até o posto de saúde (distante 18km), além da elaboração do projeto de anexo, em diálogo com o MST.

Na demanda educacional, a Prefeitura também indicou a formulação de um projeto para construir escola de nível infantil e fundamental. As mudanças estruturantes, entretanto, começam a ser encaminhadas imediatamente: amanhã a prefeitura enviará o patrol até o assentamento para a estruturação da estrada, que beneficiará estudantes da região e permitirá a passagem dos materiais para construção das casas no assentamento.

A prefeitura contatou a Eletrobrás Distribuição Alagoas e enviará equipe amanhã para medição e estudo do terreno para implementação da rede de energia, em concomitância com a construção das habitações rurais.

Durante essas obras, a Prefeitura também garante construir duas cisternas em cada agrovila e regularizar a distribuição de água. Após a construção das casas, será perfurado um poço artesiano, beneficiando as famílias.

O início das obras das casas do assentamento Novo Horizonte está condicionado à abertura e estruturação da estrada vicinal, o que deve levar um período de até dez dias, segundo a equipe do prefeito. O militante Mauro dos Santos afirma que “se não for resolvido nossas demandas nos próximos dias, já prometemos voltar, mas com um número maior de trabalhadores rurais”. Após as negociações, as famílias desocuparam o órgão e retornaram a Novo Horizonte.