Via Campesina denuncia profunda crise alimentar e repressão na América Central

Os movimentos sociais do campo da América Central denunciam a repressão política e econômica contra os camponeses na região e conclamam a solidariedade internacional.

Abaixo, leia carta da reunião da Vía Campesina Centroamérica, realizada nesta quarta-feira (25/1) em Tegucigalpa, em Honduras.

Os movimentos sociais do campo da América Central denunciam a repressão política e econômica contra os camponeses na região e conclamam a solidariedade internacional.

Abaixo, leia carta da reunião da Vía Campesina Centroamérica, realizada nesta quarta-feira (25/1) em Tegucigalpa, em Honduras.

Nossa região atravessa uma profunda crise alimentar e repressão campesina

Reunidas as organizações camponesas, indígenas e afrodecendientes da América Central, em 25 de janeiro do 2012, expressamos ante a opinião pública nacional, regional e internacional, a situação crítica que vivem as famílias no campo.

Vivemos problemas como a repressão, criminalização das lutas, destruição de cultivos, perseguição judicial, a grilagem e concentração da terra e a exploração dos bens naturais, mediante a implementação dos megaprojetos, como monocultivos, mineração e hidroelétricas na região.

Todos esses conflitos geram para nossos povos um déficit da Soberania Alimentar, levando a uma crise profunda, fome e extrema pobreza nas comunidades camponesas e tendo um maior impacto para as mulheres, meninos e idosos.

Expressamos nosso repúdio e condenamos os ataques sistemáticos que sofrem nossos irmãos e irmãs do Baixo Aguán, em Honduras, bem como do Vale do Polochic, em Guatemala.

Exigimos dos presidentes Porfírio Lobo Sosa (Honduras) e Otto Pérez Molina (Guatemala) que busquem uma solução imediata aos conflitos de terra das comunidades e não serem cúmplices dos latifundiários e empresários nacionais e internacionais, cuja única resposta é a repressão contra os camponeses e camponesas.

A Via Campesina Centroamérica faz um chamado enérgico aos governos, movimentos sociais, aos pequenos e médios produtores, trabalhadores e intelectuais da América Latina e do mundo, exigindo políticas púbicas a favor dos camponeses, para promover ações que melhorem as condições de vida no campo, uma verdadeira Reforma Agrária Integral e, assim, enfrentar as crises que nos impôs o modelo neoliberal.

Exigimos o cumprimento dos direitos das mulheres e da juventude, como saúde, educação, o acesso à terra, à infra-estrutura, assistência técnica, sementes nativas e créditos favoráveis para assegurar o desenvolvimento integral.

O movimento camponês da América Central está convencido do papel que tem as mulheres e as novas gerações na estabilidade e continuidade de nossa sociedade em seu conjunto.

Nós, organizações campesinas da América Central, fazemos um chamado à comunidade nacional e internacional e expressamos nossa solidariedade com as camponesas e camponeses do Movimento Unificado Camponês do Aguán (MUCA), em Honduras, e dos povos originários que habitam as riveras do Vale Polochic, na Guatemala, e os demais movimentos camponeses, que lutam em nossa região.

Chamamos e convidamos todos a unificar esforços, apoiar e respaldar uma Campanha de Solidariedade a favor das comunidades que lutam pelo acesso à terra e defesa da mãe natureza.

Saudamos o povo nicaragüense pela luta e esforço que fazem pelo incremento da produção, que gera um crescimento econômico de 4%, contrário à situação que vivem os países acima mencionado.

Reforma Agrária Urgente e necessária!!
Resistimos e Venceremos!!
Com a mulher em casa, A reforma agrária se atrasa!!
Juventude Camponesa, assumindo rumos para a mudança!!
Globalizemos a luta! Globalizemos a esperança!!

Tegucigalpa – Honduras, 25 de Janeiro de 2012