MST participa de ato por Reforma Agrária em Aracaju

Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Na noite de segunda-feira (4/2), um grupo de representantes do MST de todas as regiões do país realizou, no auditório do Instituto Federal de Sergipe (IFS), em Aracaju, um ato político em defesa da Reforma Agrária. Entre os vários presentes, estava o governador Marcelo Deda (PT-SE), que discursou e colocou o boné do Movimento.

 

 

Durante a manifestação política foi apresentado o programa da Via Campesina, baseado na posse democrática da terra, na agroecologia, segurança alimentar, acesso à água e cuidado com a Mãe-Terra e seus povos. Para Jaime Amorim, Coordenador do MST, a Reforma Agrária cumpre não somente o papel da produção de alimentos saudáveis e da soberania alimentar, mas resolve o problema do trabalho, criando independência às bolsas governamentais.

 

“Além do trabalho e da soberania alimentar, entendemos a Reforma Agrária como uma saída à conjuntura de violência que vive as cidades brasileiras, possibilitando a permanência do homem e da mulher camponesa a suas raízes”, avalia Jaime. Continua: “a Reforma Agrária deve fazer parte do projeto de desenvolvimento para o campo, mas que interessa também à cidade.”

 

Marcelo Deda (PT-SE) rememorou a primeira ocupação de terras em Sergipe, da fazenda Barra da Onça, em Poço Redondo, e a relação histórica de solidariedade, cooperação e respeito entre seu partido e o MST. Enquanto Governo do Estado, Deda salientou sua compreensão sobre o papel de cada parte, fundado no diálogo, e apresentou números dos avanços da agricultura familiar no Estado de Sergipe sob seu governo.

 

“No meu Governo, há prioridade inequívoca à luta pela Reforma Agrária e ao apoio à agricultura familiar”, salientou. Deda diz assumir o papel de propulsor da política agrária, sem retirar do Governo da União a responsabilidade central nesta realização. “Os governos estaduais não podem lavar as mãos. Temos que encontrar nosso papel”, declara se referindo ao projeto piloto de assentamento de mais de 1000 famílias, protagonizado por sua gestão com apoio do Governo Federal.

 

Entre outras autoridades presentes, Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, fez uma homenagem ao companheiro Egídio Brunetto, que faleceu no último ano. Fortaleceu, ainda, compromissos que vão da luta de massas à institucionalidade do Governo Federal. “O PT tem parte do seu ‘DNA’ nos movimentos do campo e da cidade e, por isso, compromisso com estes lutadores”.

 

Falcão ressaltou o compromisso da presidenta Dilma com temas da luta no Campo, entre eles, um Programa Nacional de Agroecologia, um Programa Nacional de Reflorestamento em Assentamentos e com o impedimento de retrocessos na reforma do Código Florestal. Informou que a própria presidenta está à disposição para aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que desapropriará terras onde este tipo de trabalho for encontrado.

 

Também participaram do ato político a representação da Via Campesina, o deputado Marcelino Galo (PT-BA), a deputada Ana Lúcia (PT-SE), representação do PSOL, Consulta Popular e tendências da esquerda do PT (Esquerda Popular Socialista e Articulação de Esquerda), Vicente Almeida (Sindicato dos Trabalhadores da Embrapa), CUT, imprensa local e outros representantes da sociedade sergipana.

 

Toda a manifestação foi marcada pela animação característica do povo camponês, com muitas palavras de ordem e canções da luta. Um grupo de pífano abriu os trabalhos representando a cultura popular local. Ainda, compondo o momento místico do ato, foi feito um momento de memória dos lutadores e lutadoras do povo e sua vida de dedicação às transformações sociais. O ato fez parte da programação da reunião da Coordenação Nacional do MST, que acontece entre 06 e 10/02 na região metropolitana de Aracaju.