Tribunal Popular da Terra discutirá o “Estado brasileiro, latifúndio e agronegócio no banco dos réus”



Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

O Tribunal Popular da Terra, que irá ocorrer na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul nos dias 30, 31 de março e 1º de abril, tem como objetivo colocar o “Estado brasileiro, latifúndio e agronegócio no banco dos réus”.

De acordo com Martí, da Comissão Pastoral da Terra do Mato Grosso do Sul (CPT/MS), uma das entidades responsáveis pela organização do evento, “o primeiro objetivo do tribunal está na denúncia de violência por parte do Estado brasileiro, do Mato Grosso do Sul, do latifúndio e do agronegócio, que estão contra uma população que luta pela reforma agrária. O tribunal vai pegar os casos mais emblemáticos de violência no campo e culpar simbolicamente essas violações”.

Após o Tribunal, será criado um dossiê com os depoimentos e denúncias apontadas, que vai ser apresentado na Comissão Internacional dos Direitos Humanos. De acordo com Martí, a importância do Tribunal Popular da Terra – que começou a ser organizado em agosto de 2011 – se dá porque “no Mato Grosso do Sul, o meio de produção mais importante é a terra, que é altamente concentrada. Há latifúndios que antes eram improdutivos, mas que agora se tornaram territórios de cana e eucalipto, mudando a paisagem que representava os camponeses e comunidades tradicionais. Além disso, o latifúndio atenta contra a agricultura familiar, que produz muito mais diversidade de culturas do que o agronegócio”, aponta.
 


Confira a programação do Tribunal Popular da Terra :

30 de Março (Sexta)

07h00 – Início Credenciamento (Auditório do LAC-UFMS)

08h30 – 11h30 – Mesa Redonda e debate, abordando os seguintes temas:

1. Estrutura fundiária e a questão agrária em MS ( Miescelau Kudlavic z, agente da Comissão Pastoral da Terra -CPT/MS);

2. O golpe de 64 e seus impactos históricos e atuais na questão fundiária ( Narciso Pires , presidente da ONG Tortura Nunca Mais/PR-Sociedade HPAZ/PR);

3. Como o coletivo se transforma em privado: o histórico papel do Estado na privatização das terras indígenas sul-mato-grossenses. ( Katya Vietta , doutora em Antropologia Social/Etnologia Indígena);

4. Informe sobre a PEC (Projeto de Emenda Constitucional) 215.

11h30 – 14h00 ALMOÇO

14h00 – 16h30 – Oficinas Simultâneas (Participantes escolhem)

Oficina 1 – Movimento Negro e as questões dos territórios quilombolas (Instituto Casa da Cultura Afro Brasileira e Coordenação Estadual das Comunidades Negras Rurais Quilombolas). Local: sala 1 do Bloco 6

Oficina 2 – Oficina Musical “Luta pela terra, pela Vida – Resistir é preciso”. (Grupo Tortura Nunca Mais-Paraná-Sociedade DHPAZ/PR) Local: Anfiteatro CCHS

Oficina 3 – Agrotóxicos e seus impactos no Mato Grosso do Sul – O veneno está na mesa (Comitê/MS contra os Agrotóxicos) Local: Sala 2 do CCHS

Oficina 4 – A Luta pela restituição territorial dos povos indígenas em MS (Conselho Aty Guasu Kaiowá-Guarani; Povo Terena e CIMI). Local: Sala 2 do Bloco 6

Oficina 5 – Diálogos sobre a questão agrária: Ações e Impactos no MS (CPT e MST) – Local: Casa da Ciência

16h30 – 17h30 – Plenária das Oficinas e apresentação da Banda Humanos Vermelhos – Local: Anfiteatro CCHS

19h – 22h -Abertura (apresentação do Tribunal Popular) – Local Auditório do LAC

-Mística

-Espetáculo Teatral: “Tekoha – Vida e Morte do Deus Pequeno” – Teatro Imaginário Maracangalha

-Apresentação Musical da Banda Humanos Vermelhos.

-Intervenção Cultural “Projeções” – Grupo Colisão

31 de Março (Sábado) – Auditório do LAC-UFMS

07h00 – Inicio Credenciamento

09h00 – 09h30 Abertura Oficial

09h30 – 10h00 Instalação do Tribunal Popular da Terra- 2ª Edição – MS.

10h00 – 12h30 Depoimentos

12h30 – 14h00 – ALMOÇO

14h00 – Retorno do Tribunal

16h00 – 16h30 Mística

16h30 – 18h00 Manifestações dos membros do Corpo de Jurados Populares.

18h00 – 19h30 Jantar

19h30 – 20h30 Leitura das conclusões advindas do Conselho Popular de Sentença.

20h30 – 21h00 Agradecimentos e considerações finais por parte dos membros do Conselho Popular de Sentença.

21h00 – Intervenção cultural “Brasil” – Grupo Colisão – Show com Brô MCs (Grupo de Rap Indígena de Dourados) – Local: Rampa do Estádio Morenão

01 de Abril – (Auditório do CCHS)

9h – 11h

– Discussões e encaminhamento sobre a PEC 215 (Projeto de Emenda Constitucional 215)

– Avaliação e Plenária Final.

– Lançamento do Livro «Latifúndio Midiota», do jornalista Leonardo Wexell Severo, que aborda os interesses e o poder dos conglomerados da comunicação.