Via Campesina marcha em direção ao stand da CNA durante a Cúpula dos Povos

 

Da Comunicação da Via Campesina

 

Na manhã desta quinta-feira (21), cerca de 3 mil integrantes da Via Campesina marcham em direção ao Stand da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro, para realizarem um protesto e denunciar as ações do agronegócio.

Os movimentos sociais da Via Campesina apontam que, além de priorizar a produção de commodities para exportação (como cana, soja e eucalipto), o agronegócio diz não ser possível produzir alimentos sem agrotóxicos.

 

Da Comunicação da Via Campesina

 

Na manhã desta quinta-feira (21), cerca de 3 mil integrantes da Via Campesina marcham em direção ao Stand da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro, para realizarem um protesto e denunciar as ações do agronegócio.

Os movimentos sociais da Via Campesina apontam que, além de priorizar a produção de commodities para exportação (como cana, soja e eucalipto), o agronegócio diz não ser possível produzir alimentos sem agrotóxicos.

O último censo do IBGE, contudo, mostra que 80% dos grandes produtores utilizam venenos agrícolas no país, contra 30% dos pequenos camponeses. “A agricultura camponesa ocupa apenas 24,3% da área agricultável do território brasileiro e, mesmo assim, é responsável por 70% dos alimentos que vão à mesa da população”, afirma Diogo Moreira, da Direção Nacional do MST.

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados oficiais, fazendo com que cada brasileiro consuma 5,2 litros de veneno por ano. Além de contaminar a comida que comemos, também poluem e envenenam os solos, rios, lençóis freáticos, aquíferos e acaba com a biodiversidade local.

“A CNA está propagandeando medidas teoricamente sustentáveis para o campo, mas é a grande responsável pela destruição do Código Florestal. Como falar de agricultura sustentável, se eles lutaram ferozmente pela diminuição das áreas de APP, pela diminuição das Reservas Legais e o não reflorestamento de áreas desmatadas ilegalmente, anistiando os desmatadores? Não só a sociedade, mas a comunidade científica toda foi contrária o tempo todo ao projeto dos ruralistas de desmanche do Código Florestal”, ressalta Tatiana Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).

Os camponeses exigem o imediato banimento, por parte do Brasil, dos agrotóxicos já banidos em outros países, o fim da pulverização aérea (dos agrotóxicos aplicados por avião, 70% vai para o solo e para a água, apenas 30% atingem o cultivo que se pretendia) e o fim da isenção de impostos para empresas produtoras de venenos.

Diogo Moreira ressalta que a proposta dos pequenos camponeses se baseia num “outro modelo para o campo, baseado na agricultura camponesa, que produz alimentos saudáveis, de qualidade e sem a utilização desses venenos. Um modelo que gera emprego, renda e dignidade para as pessoas do campo, desafogando os centros urbanos do contingente e da miséria. Queremos que o Estado invista na agricultura camponesa, com subsídios, assistência técnica e investimento tecnológico que viabilize cada vez mais esse tipo de produção.”