Sem Terra ocupam terra grilada no norte de Minas Gerais

 
Da Página do MST

Por Amarildo de Souza Horácio

Na manhã desta quarta-feira (29), cerca de 150 famílias de trabalhadores rurais ligados ao MST ocuparam a fazenda Lajinha, localizada no município de Novo Horizonte, na região Alto do Rio Pardo, norte do estado de Minas Gerais.

 
Da Página do MST

Por Amarildo de Souza Horácio

Na manhã desta quarta-feira (29), cerca de 150 famílias de trabalhadores rurais ligados ao MST ocuparam a fazenda Lajinha, localizada no município de Novo Horizonte, na região Alto do Rio Pardo, norte do estado de Minas Gerais.

A ocupação da fazenda se deve a uma ação para a retomada das terras devolutas pertencentes ao estado de Minas Gerais e que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, criação de parques e a recuperação de nascentes e vegetações.

A região Alto Rio Pardo possui cerca de 420 mil hectares de terras de domínio público e foi recentemente alvo de investigação da Polícia Federal na chamada Operação Grilo. Nesta região os conflitos agrários são recorrentes e muitas famílias que ali nasceram e moram se sentem ameaçadas, além de serem encurraladas pela ação do agronegócio para a produção do carvão.

“Muitas destas empresas se envolvem em grilagem de terras, derrubam o cerrado e as nascentes para o plantio do eucalipto, criando um grave problema social. Tudo isso acontece com a inércia e conivência da Secretaria Estadual de Regularização Fundiária”, destacou a nota lançada pelas famílias.

Ao longo de vários anos o estado entregou tais terras para essas empresas e, 40 anos depois, com os contratos já vencidos e na tentativa de grilá-las, muitas dessas terras não foram devolvidas, fazendo com que vários conflitos se arrastassem por anos.
Exemplos desses conflitos são os casos de Capão Muniz, no município de Rio Pardo de Minas, da Fazenda Cutícula em Novo Horizonte e Fruta de Leite, além de situações semelhantes ao redor do Vale das Cancelas, no município de Grão Mogol.

Os trabalhadores reivindicam que essas terras sejam destinadas às famílias que ali nasceram e que vivem há anos, ao invés de serem destinadas às empresas reflorestadoras, que na sua maioria devastam as nascentes e destroem o cerrado.